Em setembro de 2025, o Brasil enfrentou um aumento alarmante no déficit primário, que chegou a R$ 14,5 bilhões, um salto de 166,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa realidade foi revelada pelo Tesouro Nacional em seu relatório mais recente, onde o crescimento das despesas superou as receitas de forma preocupante.
O panorama é ainda mais desafiador quando se considera a realidade das receitas, que somente aumentaram 0,6% em termos reais, totalizando R$ 1,1 bilhão. Em contrapartida, as despesas totais dispararam em 5,7%, registrando um aumento de R$ 10,2 bilhões. Para os analistas de mercado, esses resultados foram um claro sinal de alerta, pois esperavam um déficit menor, em torno de R$ 6 bilhões.
A situação no acumulado do ano revela um déficit primário de R$ 100,4 bilhões, 9,1% abaixo do registrado no ano anterior, mesmo após considerar a inflação. Esse resultado indica que, enquanto o Tesouro Nacional e o Banco Central apresentaram superávit de R$ 185,9 bilhões, a Previdência Social lutou com um déficit de R$ 286,3 bilhões, aumentando a tensão nas contas públicas.
O valor do resultado primário é crucial, pois representa a diferença entre receitas e despesas, à parte dos juros da dívida pública. Com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) atual, a meta estabelecida é de déficit primário zero, permitindo uma margem de tolerância de até R$ 31 bilhões. Esses parâmetros foram definidos para garantir maior controle sobre as contas do governo.
Nos dados apresentados, as receitas líquidas mostraram um leve crescimento de 5,8% em termos nominais, com a arrecadação destinada à Previdência Social se destacando ao crescer 11,9% em termos reais. Esse aumento é atribuído, em parte, à dinâmica positiva do mercado de trabalho e ao incremento nos recolhimentos do Simples Nacional previdenciário.
Entretanto, as despesas também apresentaram uma escalada significativa, crescendo 11,2% em valores nominais e 5,7% após considerar a inflação. A maior parte desse aumento está concentrada nas despesas discricionárias, que cresceram impressionantes 100,9% (R$ 10,6 bilhões). Itens relacionados à saúde e outras despesas não essenciais foram os principais responsáveis por esse avanço.
Um fator que impactou o resultado interanual foi a antecipação do pagamento de precatórios federais, que ocorreu em setembro de 2024, afetando as rubricas de Benefícios Previdenciários, Pessoal e Encargos Sociais. Essa antecipação reduziu os gastos nas comparações entre setembro de 2024 e setembro de 2025, mas a situação geral das finanças públicas continua exigindo atenção e cautela.
Agora, queremos saber a sua opinião sobre essa situação fiscal. O que você acredita que deve ser feito para melhorar as contas públicas do Brasil? Deixe seu comentário abaixo e participe da discussão!
