25 outubro, 2025
sábado, 25 outubro, 2025

Governo de SP anuncia plano de contingência para evitar nova crise hídrica

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Vista da Represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, que também abrange partes dos municípios de Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu

Na última sexta-feira (24), o governo de São Paulo lançou um plano de contingência para enfrentar a iminente crise hídrica na Grande São Paulo. Os números são alarmantes: as represas estão com apenas 28,7% de sua capacidade total, o menor nível desde os períodos críticos de 2014 e 2015. Três anos seguidos de chuvas abaixo da média contribuíram para essa situação preocupante e exigem ações imediatas.

O novo plano introduz medidas graduais de controle do abastecimento em sete faixas, que variam conforme os níveis dos reservatórios. Atualmente, a cidade opera na faixa 3, com redução da pressão noturna por 10 horas. Esse mecanismo progressivo garante que as ações sejam proporcionais ao cenário hídrico, evitando crises mais agudas.

As faixas são detalhadas da seguinte forma:

  • Faixa 1 (abaixo de 43,8%): revisão de transposições de bacias e campanhas de uso consciente;
  • Faixa 2 (abaixo de 37,8%): redução de pressão por 8 horas noturnas;
  • Faixa 3 (abaixo de 31,8%): redução de pressão por 10 horas (atual);
  • Faixa 4 (abaixo de 25,8%): redução de pressão por 12 horas;
  • Faixa 5 (abaixo de 19,8%): redução de pressão por 14 horas;
  • Faixa 6 (abaixo de 9,8%): redução por 16 horas, uso do volume morto e fornecimento emergencial;
  • Faixa 7 (nível zero): rodízio de abastecimento, priorizando serviços essenciais e áreas vulneráveis.

As transições entre as faixas ocorrerão após posicionamentos consistentes de uma semana, permitindo um retorno à faixa anterior após 14 dias. O rodízio, uma das medidas mais rigorosas, somente será implementado com autorização do Conselho Diretor da Arsesp.

Em todas as circunstâncias, a prioridade será garantir o abastecimento a serviços essenciais, como hospitais, escolas e unidades de resgate, assim como residências em situação de vulnerabilidade. Essa abordagem é fundamental para minimizar os impactos sobre a população mais necessitada.

Para aumentar a oferta hídrica, o governo também anunciou um conjunto de obras significativas, entre elas:

  • Interligação Itapanhaú-Biritiba: previsão de acréscimo de 2.000 litros/segundo, com conclusão em 2025;
  • Ampliação da ETA Rio Grande: +500 litros/segundo, a ser entregue em 2026;
  • Ampliação da ETA Cotia: +1.000 litros/segundo, também prevista para 2026;
  • Interligação Billings-Taiaçupeba: +4.000 litros/segundo, finalização esperada para 2027.

De acordo com Thiago Nunes, diretor-presidente da Arsesp, o objetivo é um monitoramento a longo prazo dos reservatórios. Ele destaca que “a preocupação não é apenas com o nível de hoje, mas com o comportamento futuro”. A meta é assegurar que os níveis de água continuem seguros, dentro da curva de contingência estipulada.

Nos últimos meses, as ações implementadas resultaram em uma impressionante economia de 25 bilhões de litros. Esse montante poderia abastecer cidades como Santo André e Mauá por dois meses. Com a crise se agravando, prefeituras já declararam estado de emergência e estão em busca de soluções alternativas.

O que você pensa sobre as medidas adotadas? Quais outras ações você acredita que poderiam ser implementadas para melhorar a situação hídrica? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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