27 julho, 2025
domingo, 27 julho, 2025

Governo federal mapeia mercados para redirecionar produtos agropecuários afetados por tarifaço de Trump

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O governo brasileiro está de olho no futuro. Com a iminente aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos agropecuários destinados aos Estados Unidos, poucos passos se afastam de um cenário indesejado de perdas. Ministrando a migração para novos mercados, as pastas da Agricultura, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estão trabalhando para identificar potenciais destinos, especialmente no Oriente Médio e na Ásia, que podem acolher nossa produção.

Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante posse de Mauro Vieira como Ministro de Estado das Relações Exteriores.

Presidente Lula e Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores

Setores como suco de laranja, café, carne bovina, frutas e pescados são os mais afetados. A estratégia do governo visa não apenas abrir novos mercados, mas também fortalecer relações comerciais com países que já importam produtos brasileiros. O trabalho conjunto com o setor privado é fundamental, especialmente na definição de quais mercados devem ser priorizados nas negociações.

Neste contexto, adidos agrícolas nas embaixadas estão sendo orientados a buscar importadores e explorar oportunidades. Além disso, câmaras de comércio já se mobilizam para apresentar suas nações como destinos ideais para os produtos redirecionados. Uma análise preliminar do Ministério da Agricultura revela que já foram encerradas negociações para abertura de mercados e habilitação de frigoríficos, bem como para a redução de tarifas de importação em alguns casos.

Entre as possibilidades mais promissoras, o Japão se destaca no processo de abertura para a carne bovina, já passando por auditorias do sistema sanitário brasileiro. A Indonésia, Vietnã e México também estão na lista, com a solicitação de aprovação para pelo menos 50 plantas frigoríficas. No setor de suco de laranja, negociações com a China visam a redução de impostos que limitam os embarques e discussões estão em andamento para aumentar a exportação de várias frutas.

Apesar das estratégias inovadoras, exportadores manifestam preocupações sobre as consequências imediato da tarifa. Com volumes já produzidos, muitos aguardam distribuição, e o mercado interno não dispõe de capacidade para absorver essa carga, que pode pressionar os preços para baixo. A demanda é que o tratamento das tarifas considere a data dos embarques, permitindo um melhor ajuste às condições de mercado.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, insiste na importância da proatividade na abertura de novos mercados, revelando que, desde janeiro de 2023, a gestão já delineou 397 novos destinos para produtos brasileiros. Ele reafirma a determinação de Lula em intensificar essas ações, apesar da complexidade e do tempo que essas negociações podem exigir.

Os números falam por si. Os Estados Unidos se mantiveram como o terceiro maior destino das exportações agropecuárias brasileiras em 2024, com um total de US$ 12,1 bilhões, o que representa 8% do total exportado na primeira metade do ano. Produtos como café, carnes e sucos são os líderes nesse comércio.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta que a tarifa de 50% pode resultar em uma perda de até US$ 5,8 bilhões, uma queda estimada de 48% nas exportações. Este cenário destaca a urgência de diversificar os mercados e reforçar a posição do Brasil no comércio global.

Quer saber mais sobre como o agronegócio brasileiro está se adaptando a esse novo cenário? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo!

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