Na tarde deste domingo, 19 de outubro, a Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação de alto impacto contra um esquema de fraudes em concursos de residência médica no Brasil. O núcleo criminoso, sofisticado em suas táticas, cobrava até R$ 140 mil por cada vaga garantida. A operação foi realizada em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), visando garantir a integridade do Exame Nacional de Acesso à Residência Médica (Enamed), que ocorria simultaneamente.
Os investigadores descobriram duas estratégias principais de fraude: a transmissão de respostas corretas por dispositivos eletrônicos e o uso de “laranjas” — indivíduos que se apresentavam no lugar dos candidatos legítimos com documentação falsa. O esquema era fresco e audacioso, operando em tempo real durante o exame, e gerava sérias implicações para a ética na seleção de profissionais na área da saúde.
Ao serem aprovados, os candidatos fraudadores seriam forçados a pagar a quantia exorbitante de R$ 140 mil, abrindo portas para a residência médica através de práticas ilegais.
Durante a operação, os agentes da PF realizaram buscas em várias localidades. Em uma das ações, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência de um dos suspeitos no Rio de Janeiro, enquanto outras equipes estavam ativas nas salas de prova. O resultado? Cinco pessoas foram presas — quatro homens e uma mulher, todos envolvidos diretamente na execução da fraude.
Imagem: Equipamentos Apreendidos
Além das prisões, foram detidos três homens em um hotel em Juiz de Fora (MG). Eles eram responsáveis por transmitir as respostas aos candidatos que estavam em plena prova, utilizando tecnologia clandestina. Os materiais e equipamentos de transmissão apreendidos serão analisados em perícia técnica, o que deve revelar mais detalhes sobre o esquema.
Os indivíduos detidos podem enfrentar severas consequências legais, incluindo acusações de fraude em certames públicos, associação criminosa e falsidade ideológica, com penalidades que podem superar 10 anos de reclusão e multas substanciais. A ação da PF não só desmantelou um esquema criminoso, mas também reafirmou o compromisso com a justiça e a equidade na seleção de profissionais da medicina.
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