1 setembro, 2025
segunda-feira, 1 setembro, 2025

Grupo Refit “sucedeu” esquema criminoso com combustíveis, diz MPSP

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A Operação Carbono Oculto, desencadeada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), revela um intrincado esquema de distribuição de combustíveis protagonizado pela Rodopetro, empresa pertencente ao grupo Refit, que sucedeu o grupo Copape/Aster. Sob a liderança de Ricardo Magro, a Rodopetro assumiu o controle do que, antes, era de responsabilidade de Mohamad Mourad, a partir de julho de 2024, após as licenças das empresas de Mourad serem cassadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O Gaeco, grupo especial de combate ao crime organizado do MPSP, observou que a Rodopetro não apenas expandiu suas aquisições, mas também se tornou o núcleo central de uma nova dinâmica no setor. A investigação sugere que essa transição serviu como uma estratégia de ocultação, visando contornar as proibições impostas às operações anteriores de Mourad. Em nota, a Refit refutou as alegações, afirmando não ter vínculos com os investigados e classificando as acusações como infundadas.

O cenário se complica quando se considera a tensão entre Mourad e Magro, refletida em uma batalha por supremacia nos bastidores. Um dos promotores envolvidos na operação ressaltou: “Não existem inimigos, só interesses”. Esta declaração abre espaço para a discussão sobre o vasto esquema de fraudes que envolve redes de postos de combustíveis, a lavagem de dinheiro e a ligação com organizações criminosas, incluindo núcleos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Um aspecto alarmante da investigação sugere que a Rodopetro direcionou combustível para distribuidoras relacionadas à organização criminosa. A presença dessas distribuidoras, muitas vezes vistas como empresas de fachada, reforça a preocupação com práticas ilícitas. O MPSP revelou que as sedes dessas empresas estão conectadas a Mourad, localizadas em Goiás, Mato Grosso, Duque de Caxias (RJ) e cidades paulistas como Ribeirão Preto e Guarulhos.

Além disso, tanto o grupo de Magro quanto o de Mourad figuram na lista dos maiores devedores do estado de São Paulo, com a Refinaria de Petróleos de Manguinhos S/A, de Magro, sendo a maior sonegadora, com uma dívida impressionante de R$ 8,4 bilhões. Por outro lado, a Copape Produtos de Petróleo acumula uma dívida de R$ 381,7 milhões. Essa crise fiscal é um reflexo das graves irregularidades que afetam o mercado de combustíveis.

Em resposta à Operação Carbono Oculto, a Refit destacou sua posição como uma parte inocente nessa narrativa, atribuindo as tensões e conflitos à sua postura ética e suas denúncias contra práticas fraudulentas. A companhia sublinhou que nunca se envolveu com o crime organizado e que suas operações são pautadas pela legalidade e pela qualidade (ajustadas pela competição leal). Ao final, a Refit reafirmou seu compromisso de continuar oferecendo combustíveis de alta qualidade e de manter uma relação sólida com seus clientes e a sociedade.

Qual é a sua opinião sobre a situação das distribuidoras de combustíveis no Brasil? Você acredita que a Operação Carbono Oculto irá trazer mudanças significativas para o setor? Deixe seu comentário!

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