
Num cenário onde o jogo do bicho é uma tradição enraizada, o assassinato de Klaus Viana Munch, conhecido como Pepão, expôs as entranhas de um império familiar que opera em Ubatuba há 45 anos. A execução brutal de Pepão, disparada a queima-roupa em plena luz do dia, revelou a faceta obscura da cidade litoral paulista, onde duas famílias disputam o domínio do jogo ilegal.
A trama começou a ser desvendada quando se revelou que Pepão e sua sócia, Lucile Andrade Nascimento Couto, lavavam dinheiro por meio de uma empresa de fachada localizada na mesma galeria onde o crime ocorreu. Lucile, viúva de Moacir Ribeiro Couto — o patriarca que alicerçou o negócio de jogos na região — teria oferecido R$ 30 mil para encomendar a morte de Pepão, gerando uma onda de choque na comunidade e nas autoridades.
Sob a direção de Pepão, a organização criminosa não só prosperou, mas ampliou suas operações. Após o internamento de Moacir em 2019, Pepão assumiu o comando, trazendo consigo o filho Klaus Couto Munch, o Cacau, e o irmão Ralph Viana Munch. Juntos, eles formaram um trio temido que administrava as apostas ilegais com eficiência e audácia. Com o falecimento de Moacir em 2022, divergências sobre a administração começaram a se acirrar entre Pepão e Lucile, intensificando uma batalha pelo poder que culminaria em tragédias.
Enquanto isso, a Polícia Federal revelou, por meio de interceptações telefônicas, a real estrutura do grupo. Pepão estava na linha de frente, e seu filho Cacau, agora com 31 anos, atuava como o cérebro financeiro, controlando as movimentações do dinheiro sujo. Ralph, o tio, ficava a cargo de coordenar os cambistas que, em sua maioria, operavam nas sombras, gerando milhões em lucros. Essa orquestra criminosa funcionava como uma máquina sem falhas, mas estava prestes a entrar em colapso.
Com a morte de Pepão, o fio da lealdade entre os membros da família e a luta pelo controle do jogo do bicho tornaram-se evidentes. Lucile, agora foragida, fugiu após a decretação de sua prisão, deixando um rastro de incerteza e medo. O pistoleiro responsável pelo crime até o momento permanece desconhecido, aumentando a tensão na cidade, onde o jogo do bicho se entrelaça com a vida cotidiana.
Este verdadeiro drama, repleto de traições e luta pelo poder, convida à reflexão sobre o que se esconde nos bastidores do jogo. Quais são os laços que unem essas famílias, e até onde estão dispostos a ir por dinheiro e controle? Os desdobramentos dessa história ainda estão longe de acabar, e Ubatuba, que por anos viu o jogo como uma parte da cultura local, agora se vê frente a frente com suas consequências.
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