Num cenário marcado por tensões políticas, a direita, unida, parece inquebrantável no Congresso, mas as urnas de 2018 contaram uma história diferente. Com Lula preso e Bolsonaro no papel de vítima de uma facada, a vitória da direita foi inegável, mas para o próprio Bolsonaro, essa conquista gerou um descontentamento que o levou a clamar por fraudes eleitorais, alimentando suas primeiras tentativas de golpe.
Nos quatro anos seguintes, este discurso incendiário minou a confiança dos brasileiros nas instituições, colocando em risco a democracia. Quase conseguiu se reeleger, e quase consumou o golpe. Os eventos de dezembro e 8 de janeiro falharam, mas não por falta de disposição. Alguns generais, embora não a maioria, se opuseram a essa tentativa de subverter o sistema.
A sombra de Donald Trump paira sobre essa narrativa, pois ele, mesmo longe, se vê como um imperador, determinado a abalar estruturas democráticas tanto nos Estados Unidos quanto em outros países. Após a condenação de Bolsonaro, seu “espelho tropical”, pouco parece abalar sua determinação em ver a direita brasileira novamente no poder.
Aqui, não se trata de nomes como Tarcísio de Freitas ou Ronaldo Caiado. O foco é sobre manter a esquerda sob controle, com Lula sendo apenas um alvo secundário. O carinho de Trump pelas monarquias e suas obrigações no Reino Unido não o afastam da política brasileira. Como reagirá à crescente crise institucional anunciada pela condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão?
Recentemente, a urgência na Câmara para discutir a anistia aos golpistas parece uma dança ensaiada do Centrão, unindo direita e extrema direita em um esforço para transformar a liberdade de Bolsonaro numa possibilidade próxima. Seria um delírio? Acredito que sim. Uma anistia ampla dificilmente passaria no Senado e, caso ocorra, seria vetada por Lula e subsequentemente anulada pelo Supremo.
A ordem de Trump para que o processo fosse suspenso poderia intensificar uma crise institucional, uma situação ideal para ele que, em caso de derrota, sempre a transforma em vitória. O ano eleitoral de 2026 se aproxima rapidamente, e quando o povo se une nas ruas, muitas vezes é a única maneira de preservar a história que acreditam.
E você, o que acha da atual situação política no Brasil? Compartilhe suas ideias e vamos debater esse tema tão fundamental para nosso futuro!