
Em uma entrevista reveladora à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez declarações contundentes sobre a atual situação econômica do Brasil. Ele afirmou que, após cumprir a meta fiscal de 2024, a expectativa é que a mesma seja alcançada nos próximos anos. Contudo, o ministro alertou que não é justo que o Congresso priorize interesses eleitorais em detrimento da estabilidade das contas públicas.
Haddad denunciou uma suposta coalizão entre o Centrão e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, visa desestabilizar o governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. “É uma visão antiquada. O Brasil não pode agir como uma republiqueta”, enfatizou, deixando claro seu descontentamento com as manobras políticas que, ao seu ver, interferem negativamente na economia.
O ministro também comentou a estimativa de cortes de R$ 7 bilhões nas emendas, ressaltando que essa cifra pode estar subestimada. Ele destacou que a meta fiscal precisa vir acompanhada de instrumentos para viabilizá-la e que, embora seja proposta do Executivo, deve ser avaliada pelo Legislativo. “Os benefícios dos projetos aprovados devem ser compartilhados, portanto, não há motivo para a oposição desorganizar as contas”, acrescentou, solicitando ordem e clareza nas negociações com o Congresso.
Além disso, Haddad pediu agilidade na votação do projeto sobre devedor contumaz, que já tramita há oito anos na Câmara dos Deputados. “Seria de bom tom pautar essa lei”, afirmou, ao explicar que não espera por essa aprovação para avançar com o trabalho necessário. Em uma abordagem inovadora, ele também mencionou a criação de um núcleo específico para combater o crime organizado, que se tornará uma delegacia dentro da Receita Federal, enfatizando que o Brasil precisa enfrentar a sonegação com mais rigor.
Ao falar sobre os “privilégios insustentáveis” que o governo está eliminando, Haddad garantiu que essas ações estão gerando resultados econômicos significativos, embora ele não acredite que a tarefa esteja completa. “Estamos com uma chave de fenda na mão, não com uma motosserra”, comparou, em referência ao presidente da Argentina, Javier Milei, que, segundo ele, tem uma abordagem mais drástica em relação ao ajuste fiscal.
O ministro enfatizou que ainda há temas importantes que precisam ser revisitados, como os supersalários e a aposentadoria dos militares, que o Congresso não quis discutir. “O governo apresentou essas questões, mas o Congresso optou por não apreciá-las”, concluiu.
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