
No último sábado, durante um encontro virtual do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não hesitou em criticar as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Ele argumentou que essas medidas, conhecidas como “tarifaço” do governo Donald Trump, possuem uma motivação política, visando proteger interesses políticos internos, e não econômicos. Chamou a atenção para os áudios divulgados pela Polícia Federal com conversas entre Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e seus aliados, que revelam tentativas de pressionar por uma anistia utilizando as tarifas como barganha.
“Essas tarifas têm o único objetivo de livrar a cara dos golpistas”, afirmou Haddad, defendendo que o Brasil busca manter relações comerciais saudáveis com os EUA, mas sem abrir mão de sua soberania. Ele enfatizou: “O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Temos porte, relevância e a merecida autonomia para garantir nossos próprios interesses.”
As investigações indicam que Bolsonaro e Eduardo, com apoio de aliados nos EUA, tentaram manipular a situação tarifária para conseguir vantagens políticas. Em conversas reveladas, Eduardo sugeriu a ideia de uma “anistia light”, mas defendia algo mais abrangente, visando atender a um público maior no contexto das controvérsias do 8 de Janeiro. A posição firme de Haddad foi reforçada pelo reconhecimento ao trabalho do vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacando a importância de relações respeitosas e dignas com os parceiros comerciais.
Além disso, Haddad abordou a atualização da faixa de isenção do Imposto de Renda, criticando a estagnação dessa tabela entre 2015 e 2022, um período sob as administrações de Temer e Bolsonaro. A falta de atualização resultou em aproximadamente 20 milhões de brasileiros de baixa renda sendo obrigados a pagar o tributo. A nova proposta do governo, segundo ele, vai beneficiar 25 milhões de contribuintes, com a cobrança direcionada às altas rendas: “Estamos cobrando do topo da pirâmide para aliviar a base”, concluiu.
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