
No coração de um complicado embate político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, emergiu com um forte apelo à mobilização social por uma justiça fiscal que busque reduzir as desigualdades no Brasil. Durante uma palestra na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Haddad exortou a necessidade de “vestir o uniforme do embate” para promover um debate público construtivo e necessário. Este apelo surge logo após a derrubada do decreto que elevaria as alíquotas do IOF, revelando a tensão crescente entre o Executivo e o Congresso.
Haddad defendeu que é vital que as forças progressistas se unam para elaborar um projeto transformador, capaz de enfrentar as chamadas “forças obscurantistas”. “Não é hora de se recolher. Precisamos lutar por ideias e por um futuro melhor. Usaremos as nossas melhores armas: conhecimento, empatia e o desejo de melhorar o Brasil”, salientou, sublinhando a importância do engajamento no debate sobre justiça fiscal.
Em seu discurso, o ministro criticou a desigualdade exacerbada que permeia a sociedade, afirmando que “o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo.” Ele citou que os benefícios fiscais custam ao país aproximadamente R$ 800 bilhões, enquanto a população de menor renda acaba suportando uma carga tributária desproporcional. “Se o país tem essa desigualdade, ela precisa ser corrigida em conjunto com o ajuste fiscal, e não posteriormente,” destacou Haddad.
O ministro também relembrou uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando aceitou o cargo: “Lula afirmou que queria colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda. Perguntei se isso ainda valia e ele confirmou”. Essa premissa reflete a urgência de incluir os mais ricos no esforço fiscal do país.
Sobre a recente derrubada do aumento do IOF, Haddad foi cauteloso ao comentar uma possível ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que a decisão sobre a judicialização cabe ao presidente e que aguarda uma reflexão mais aprofundada entre os ministros. A oposição,por sua vez, acusa o governo de tentar desrespeitar a soberania do Parlamento, transformando uma questão política em uma disputa judicial.
Apesar das incertezas, Haddad concluiu seu discurso enfatizando a inevitabilidade do debate sobre justiça fiscal, que deve ser abordado com coragem e comprometimento. “A verdade é o início da solução. O que realmente ofende não é o debate, mas a desigualdade extrema que existe dentro de um país que está entre as dez maiores economias do mundo”, finalizou.
Qual a sua opinião sobre as propostas de Haddad? Acredita que a mobilização social pode fazer a diferença nessa luta por justiça fiscal? Comente abaixo e compartilhe suas ideias!