Na busca por um diálogo mais profundo entre Brasil e Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou sua intenção de se reunir com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima semana. O foco da conversa será a onerosa tarifa de 50% imposta pelas autoridades americanas sobre algumas exportações brasileiras. Para Haddad, essa reunião é uma oportunidade crucial para esclarecer os impactos da medida e reabrir os canais de negociação entre as duas nações.
“Ainda não temos uma data definida, mas estamos focados em expor argumentos técnicos que mostram os efeitos econômicos e legais dessa taxa unilateral dos EUA”, explicou Haddad. O ministro ressaltou que tanto ele quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão abertos ao diálogo. Trump, em declarações no jardim da Casa Branca, afirmou que Lula é bem-vindo para conversar a qualquer momento. “O presidente Lula também estaria disposto a receber um telefonema quando ele quiser”, respondeu Haddad.
A polêmica sobretaxa, instituída no final de julho, foi justificada por Trump como uma resposta a ações que teriam sido consideradas uma ameaça à segurança nacional americana. No entanto, cerca de 44,6% das exportações do Brasil, incluindo produtos estratégicos como petróleo, celulose e minério de ferro, foram isentas da taxa.
Adicionalmente, Haddad planeja abordar a aplicação da Lei Magnitsky, que resultou em sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Ele quer usar a reunião para esclarecer o sistema judiciário brasileiro e combater o que classifica como desinformação a respeito do assunto. Em suas redes sociais, Lula enfatizou que o Brasil está sempre aberto ao diálogo, afirmando que “os rumos do Brasil são definidos pelos brasileiros e suas instituições”.
Enquanto isso, o governo federal está explorando alternativas para minimizar os efeitos da tarifa, como a possibilidade de estados e prefeituras do Ceará comprarem produtos afetados, como peixes e frutas, para utilização em programas sociais. Assim, embora não haja uma data definida para um encontro entre Lula e Trump, os próximos passos dependerão do resultado das conversas entre Haddad e o secretário do Tesouro americano.
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