Os herdeiros políticos do ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), têm se destacado no cenário político paulistano. Os vereadores Silvão e Silvinho Leite lideram o ranking das emendas recebidas da Prefeitura neste ano, com montantes expressivos que revelam a influência e os laços do clã no poder local.
De acordo com dados da Casa Civil, Silvão Leite foi o campeão, recebendo R$ 2,5 milhões em emendas. Este valor é distribuído entre duas iniciativas: R$ 1,5 milhão destinado a atividades culturais em Parelheiros, sua base eleitoral, e R$ 1 milhão para projetos semelhantes em Guaianases, na zona leste. Por sua vez, Silvinho também teve um bom desempenho, garantindo uma emenda de R$ 1,5 milhão para obras em Pirituba e mais R$ 500 mil para ações culturais em M’Boi Mirim, onde já atuou como chefe de gabinete.
Contudo, a falta de transparência nas propostas levantou questionamentos, pois os vereadores não especificaram como os recursos seriam utilizados. O Metrópoles destacou que os vereadores paulistanos destinaram cerca de R$ 200 milhões, ou 78% dos R$ 256 milhões liberados no ano anterior, para eventos esportivos, culturais e parcerias sociais, enquanto apenas 11% eram para obras em suas áreas eleitorais e 7% para a saúde.
A dominância da família Leite na política se reflete também na performance de Silvão e Silvinho, que ocupam, respectivamente, o primeiro e o terceiro lugares em liberação de emendas. Ambos são produtos da carreira política iniciada como assessores no legado de Milton Leite. Além deles, seus irmãos Alexandre Leite e Milton Leite Filho ocupam cargos na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, respectivamente.
Nos bastidores, Silvão é cogitado como um potencial presidente da Câmara no próximo ano, especialmente após um acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) que garante o cargo ao União Brasil. A ideia é que os vereadores do partido se revezem, apesar de tentativas anteriores de emplacar Silvão, que foram barradas por resistências internas.
Até agora, a prefeitura liberou R$ 29,5 milhões em emendas parlamentares neste ano. As emendas, que não são impositivas, significam que a gestão não é obrigada a repassar esses recursos, embora exista um acordo de repasse de R$ 5 milhões anuais para cada vereador, totalizando R$ 275 milhões ao longo do ano.
- Sargento Nantes (PP) ocupa o segundo lugar do ranking, com R$ 2,25 milhões distribuidos em nove emendas para projetos esportivos.
- Vereador em seu primeiro mandato, Nantes começou como um adversário do prefeito, mas gradualmente se aproximou da gestão.
- Outros vereadores notáveis na lista incluem George Hato, Paulo Frange, Marcelo Messias, Sansão Pereira e Dr. Milton Ferreira, todos alinhados com a base.
- Da oposição, apenas alguns nomes, como Roberto Tripoli, Jair Tatto e João Ananias, conseguiram liberar emendas, totalizando 9% do que foi disponibilizado.
- Nos bastidores, a bancada do PSol se mostrou insatisfeita por não ter emendas liberadas, levantando a suspeita de retaliação da gestão após críticas.
Esse cenário revela não apenas a dinâmica política entre aliados e opositores, mas também os desafios que vereadores enfrentam no difícil equilíbrio de governança e representação. O que você acha sobre a distribuição das emendas na cidade? Compartilhe sua opinião nos comentários!