Em uma trama perturbadora que navega entre a ambição e a traição, um homem de 42 anos se viu aprisionado em uma Kombi por 25 dias. Ele chegou a Brasília em busca de oportunidades, mas conheceu uma garota de programa que o conduziu a uma armadilha mortal em uma área rural de Guará II.
Após um encontro que envolveu drogas e álcool, a vítima adormeceu, acreditando ter encontrado companhia. Ao despertar, no entanto, se deparou não com a prostituta, mas com dois criminosos. Justamente o que havia compartilhado em um momento de intimidade — seu conhecimento em informática e o saldo da conta bancária — tornou-se a chave para seu cativeiro.
“Quando ele acordou, a mulher já não estava mais lá. No lugar dela, estavam dois indivíduos que não deixaram mais ele ir embora. Um deles falou que a vítima teria que fazer dinheiro para eles a partir do conhecimento em informática que tinha”, relata o delegado Marcos Paulo Loures.
Forçado a criar contas e empréstimos em nome de terceiros, o homem resistiu bravamente. Sua recusa precipitou uma série de agressões brutais com uma barra de ferro. O cativeiro, além de ser um tormento físico, transformou sua vida em um pesadelo, onde as refeições eram escassas e as necessidades eram feitas no mato.
Para sobreviver, a vítima começou a transferir pequenas quantias de sua própria conta, enganando os sequestradores para manter-se vivo. O momento do resgate chegou quando, em uma agência bancária, conseguiu solicitar ajuda a uma funcionária de limpeza. Ela rapidamente trancou as portas e chamou a Polícia Militar.
Os policiais, ao chegarem, abordaram o sequestrador que, em desespero, destruiu os celulares da vítima na tentativa de apagar vestígios. Levado ao hospital com múltiplas lesões, o homem revelou que as ameaças de morte eram constantes; os criminosos o levavam para um buraco e o ameaçavam de enterrar vivo caso não conseguisse o dinheiro que pediam.
A investigação levou a uma chácara, onde evidências de tráfico de drogas foram encontradas. O sequestrador, um homem de 56 anos, conhecido pela coleta de lixo, utilizava essa atividade como fachada para suas operações criminosas.
Agora, ele enfrenta acusações severas, incluindo sequestro e tortura, podendo ser condenado a até 61 anos de prisão. As investigações continuam, pois é acreditado que ao menos 10 cúmplices participaram das agressões e da vigilância da vítima durante todo o período em que esteve em cativeiro.
Diante da gravidade dos eventos, o delegado Loures ressalta que casos como esse são extremamente raros no Distrito Federal, alertando para a necessidade de vigilância e proteção em situações vulneráveis.
Essa história impactante nos lembra da fragilidade da segurança e da confiança. Se você já passou por uma experiência semelhante ou conhece alguém que tenha enfrentado uma situação de perigo, compartilhe sua história nos comentários abaixo. Vamos criar um espaço de apoio e conscientização.