
Nos últimos dois anos, a simples menção de “IA” ao nome de uma empresa era suficiente para atrair olhares e investidores ansiosos. Parecia que a euforia em torno dessa tecnologia não teria limites. No entanto, o que se revelou foi uma onda de cautela; o brilho da inteligência artificial continua, mas a mística que a cercava se desfaz.
Hoje, o que era sinônimo de crescimento passou a ser um campo minado. A queda das ações de empresas associadas à IA, como Big Bear.ai e C3.ai, nos mostra que a relação com essa tecnologia precisa ser repensada. Dados recentes indicam que, somente em agosto, essas companhias sofreram uma média de 8,7% de desvalorização em poucos dias.

Essa realidade se assemelha a ciclos passados de inovação tecnológica. Lembremos do estouro das empresas “.com” nos anos 2000: euforia inicial seguida de um ajuste severo. Apenas aquelas com fundamentos sólidos sobreviveram. Hoje, no universo da IA, não é suficiente prometer inovação; é fundamental apresentar resultados tangíveis e aplicabilidade real.
A mudança de paradigma em relação à inteligência artificial age como um filtro natural. Empresas que integram a IA de forma estratégica, mostrando eficiência operacional e redução de custos, estão em uma posição privilegiada para capturar valor e permanecer relevantes. Um exemplo inspirador é a Enter, uma startup brasileira que levantou R$ 200 milhões em sua segunda rodada de captação, utilizando IA para auxiliar defesas jurídicas de grandes empresas.

As lições estão claras para as lideranças: a IA deve ir além do discurso de inovação. Sua integração deve ser cuidadosa e baseada em casos de uso reais. Para garantir resultados, é essencial investir em equipes qualificadas e equilibrar experimentação com execução.
Em suma, não se trata de desacreditar na IA, mas sim de amadurecer nossa relação com ela. A tecnologia continua a ser transformadora, mas seu verdadeiro valor requer consistência e resultados concretos. O mercado tecnológico aprendeu a distinguir entre promessas vazias e inovações que realmente fazem a diferença.
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