A idade que vemos em nossa certidão de nascimento nem sempre reflete a condição real do nosso corpo. A conhecida idade cronológica calcula o tempo vivido, enquanto a idade biológica é um reflexo de como nossos órgãos e células estão funcionando. Essa disparidade se torna ainda mais evidente em pessoas que enfrentam doenças crônicas, como a obesidade.
A variabilidade na idade biológica é influenciada por diversos fatores, incluindo alimentação, sedentarismo, estresse, qualidade do sono e genética. Todos esses elementos moldam o envelhecimento dos nossos tecidos e sistemas.
Quando a idade biológica não está alinhada com a cronológica, os riscos de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, aumentam significativamente. Além disso, a prevalência de problemas como ansiedade e depressão também surge com uma idade biológica mais elevada, que pode até levar a uma morte precoce. Estilo de vida e ambiente são fatores cruciais nessa equação, influenciando diretamente a saúde e o bem-estar.
Segundo o nutricionista Bruno Correia, a qualidade da alimentação é um pilar fundamental na saúde do indivíduo. “Uma dieta inadequada pode gerar consequências cardiometabólicas análogas às observadas em quem possui uma idade biológica mais avançada, resultando em um corpo mais disfuncional em termos de funções renais, hepáticas e marcadores sanguíneos”, explica.
A obesidade é mais do que um simples excesso de peso; trata-se de uma doença crônica inflamatória que afeta o funcionamento do corpo de maneira sistêmica. O acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal, libera substâncias inflamatórias que circulam e causam danos a todo o organismo.
Esse cenário propicia um ambiente de estresse oxidativo, danificando células e acelerando o envelhecimento dos tecidos. Órgãos vitais, como rins e fígado, sofrem, levando a uma perda de funcionalidade precoce devido à sobrecarga metabólica.
“Estudos mostram que pessoas obesas apresentam o encurtamento dos telômeros, que protegem o DNA. Com o avanço da idade e a exposição ao estresse oxidativo, esses telômeros diminuem”, informa Érika Fernanda de Faria, endocrinologista no Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
O desequilíbrio energético, resultante do consumo excessivo de calorias em relação às calorias gastas nas atividades diárias, é a raiz da obesidade. O problema é que a condição se exacerba, e a Organização Mundial da Saúde relata que as taxas de obesidade triplicaram desde 1975, com previsões alarmantes para o Brasil.
A boa notícia é que é possível reverter o envelhecimento biológico. Mudanças de estilo de vida eficazes, como a perda de peso saudável, podem melhorar marcadores inflamatórios e promover a renovação celular. A dieta equilibrada, a prática regular de exercícios, a qualidade do sono e o manejo do estresse são fundamentais nesse processo.
“Um padrão alimentar de déficit calórico traz benefícios a longo prazo. Evitar fumar, moderar o consumo de álcool e aumentar a atividade física são passos essenciais para uma vida mais saudável”, conclui Bruno Correia.
Você já refletiu sobre a sua idade biológica? Compartilhe suas experiências e reflexões nos comentários! Sua jornada de saúde pode inspirar outras pessoas.