Nos últimos meses, o setor calçadista brasileiro tem enfrentado um verdadeiro dilema. As importações de calçados estão em ascensão, gerando preocupações sobre o futuro da indústria local. Apenas em julho, o Brasil registrou importações de US$ 66 milhões, o maior valor desde o início da série histórica em 1997. Essa cifra alarmante reflete o aumento de 98,5% em volume, com 4,2 milhões de pares chegando ao país, resultando em um crescimento de 89,6% na receita.
No acumulado de 2025, as importações somaram impressionantes 26,58 milhões de pares e US$ 337,8 milhões. Esses números representam escaladas de 27,5% em volume e 30,5% em receita em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa dinâmica de crescimento é uma sombra sobre o setor, que se vê diante de novos desafios.
Paradoxalmente, as exportações começam a mostrar sinais de fraqueza. Em julho, o Brasil enviou 7,18 milhões de pares para o exterior, totalizando US$ 76,74 milhões. Esse cenário reflete uma queda de 7,3% em volume e um recuo de 11,8% na receita em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Nos primeiros sete meses de 2025, as exportações mantiveram um crescimento moderado de 6,6%, com 59,88 milhões de pares exportados, gerando US$ 574 milhões, um aumento de apenas 0,7%. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), essa desaceleração é atribuída à intensificação da concorrência internacional. A China, por exemplo, redirecionou suas exportações de calçados dos Estados Unidos para outros mercados, evitando as sobretaxas impostas pelo governo americano. Essa manobra impactou diretamente as vendas brasileiras, especialmente na Europa e na América Latina.
A situação atual exige atenção e estratégias adaptativas do setor calçadista brasileiro. O que você acha que pode ser feito para enfrentar esse cenário desafiador? Compartilhe sua opinião nos comentários!