Nas ruas do Brasil, um clima de tensão se instalou. No último Dia da Independência, manifestações a favor e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro se destacaram na imprensa internacional, colocando em evidência o futuro político do país, à espera do veredicto do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as acusações de tentativa de golpe de Estado após as polêmicas eleições de 2022.
Relatos do canal suíço RTS ressaltaram a presença de “dezenas de milhares de apoiadores bolsonaristas, demonstrando força em cidades-chave do Brasil”. Entretanto, a ausência de Bolsonaro, agora em prisão domiciliar e afastado das redes sociais, ficou evidente, refletindo em um público bem aquém das grandes mobilizações do passado, como comentou o jornal francês Le Monde.
O norte-americano The New York Times trouxe à tona um conflito social crescente, destacando que, embora as manifestações tenham sido, em sua maioria, pacíficas, a divisão entre os grupos era palpável. A direita, com suas bandeiras do Brasil e dos EUA, manifestava apoio ao ex-presidente, enquanto a esquerda clamava por sua prisão, edificando críticas à proteção que Trump havia oferecido a ele.
A Euronews também focou na dualidade das mobilizações, notando que apoiadores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva se concentraram em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, em sucinta oposição às manifestações pró-Bolsonaro. O planejamento da polícia para separar os grupos foi crucial, prevendo e prevenindo possíveis distúrbios.
A presença de bandeiras dos Estados Unidos nos atos de apoio a Bolsonaro não passou despercebida. O Diário de Notícias de Portugal dedicou espaço ao episódio, enfatizando a presença de uma imensa bandeira americana sendo acenada por apoiadores, em busca de ajuda de Trump, que tensionou ainda mais a relação diplomática ao impor tarifas sobre produtos brasileiros.
Em contra partida, o The New York Times relatou que os esforços para retirar as acusações contra Bolsonaro têm sido infrutíferos e, paradoxalmente, solidificaram o apoio ao presidente Lula no cenário político atual.
Enquanto isso, o The Guardian aprofundou o perfil do ministro do STF, Alexandre de Moraes, descrevendo seu papel na condução dos processos contra o ex-presidente como “implacável”. Apesar de receber aclamações da esquerda como o salvador da democracia no Brasil, Moraes também enfrenta críticas e já foi rotulado como autoritário. O diário observa que, em um contexto de ascensão do extremismo político, Moraes rapidamente se tornou um adversário feroz dos planos de Bolsonaro.
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