6 setembro, 2025
sábado, 6 setembro, 2025

Incêndios na Amazônia comprometem qualidade do ar em outros países

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Os incêndios florestais na Amazônia, Canadá e Sibéria estão soltando uma “mistura tóxica” de poluentes que afeta a qualidade do ar a milhares de quilômetros de distância. Este é o alerta alarmante da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que divulgou recentemente seu quinto boletim anual sobre qualidade do ar e clima. Essas chamas não apenas devastam florestas, mas também comprometem a saúde de milhões de pessoas em regiões distantes.

Ko Barrett, secretária-geral adjunta da OMM, enfatiza que as mudanças climáticas e a poluição não conhecem fronteiras. O calor extremo e a seca, intensificados pelas alterações climáticas, estão prolongando as temporadas de incêndio e deteriorando o ar que respiramos. Lorenzo Labrador, cientista-chefe da OMM, reforça que cada ano tende a ser mais severo no que diz respeito aos fogos florestais, algo que deve nos preocupar profundamente.

A OMM dedicou este relatório à análise da relação entre a qualidade do ar e o clima, destacando o papel crucial das partículas microscópicas, conhecidas como aerossóis, nos incêndios. As particulas menores de 2,5 micrômetros, ou PM 2,5, são especialmente nocivas, penetrando no sistema respiratório e cardiovascular. Este ano, os níveis de PM 2,5 dispararam em diversas regiões, com a bacia amazônica registrando o aumento mais alarmante, afetando até cidades como São Paulo e Santiago.

Além disso, os incêndios florestais no Canadá não pararam nas fronteiras do continente. A poluição gerada chegou a afetar a Europa, evidenciando a interconexão dos desafios ambientais globais. Labrador observa que o fenômeno é recorrente, com uma degradação da qualidade do ar observada entre continentes, causada por condições climáticas que favorecem o transporte dos poluentes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 4,5 milhões de mortes prematuras por ano são atribuídas à poluição do ar, um problema que gera custos ambientais e econômicos imensos. Por isso, a OMM clama por um monitoramento mais rigoroso e políticas eficazes para proteger tanto a saúde humana quanto o meio ambiente.

O boletim também destaca a crise de poluição no norte da Índia, onde a planície indo-gangética, habitada por mais de 900 milhões de pessoas, tem enfrentado níveis alarmantes de poluição causados pela queima de biomassa agrícola. Isso resultou em um aumento significativo dos episódios de nevoeiro, com um impacto direto na qualidade de vida da população local.

Em contraste, há esperança nas iniciativas que estão sendo tomadas em países como a China. Paulo Laj, responsável pela atmosfera global na OMM, comenta sobre a melhoria visível nos dados meteorológicos em cidades como Xangai e Pequim, que implementaram políticas efetivas. A experiência chinesa mostra que, embora não haja uma solução universal mágica, ações concretas podem levar a uma drástica redução da poluição do ar.

O que temos visto é que, quando os países se unem em ação, as mudanças positivas se tornam evidentes. Isso deve servir como um chamado à ação para que todos nós tomemos consciência da nossa parte nesse grande desafio. Como você acredita que podemos contribuir para melhorar a qualidade do ar em nossas cidades? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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