Expectativas no Planalto para o encontro são ‘muito altas’, de acordo com Haddad, contudo, resta saber como Rubio conduzirá as conversas, uma vez que o atual secretário mantém relações com a família do ex-presidente
EFE/EPA/AARON SCHWARTZ/POOL
Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio
Nesta segunda-feira (6), após conversa de 30 minutos com o mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para comandar as negociações sobre o tarifaço contra o Brasil, decisão que alegrou a direita brasileira que viu a decisão como um revés e uma possibilidade de manutenção das sanções impostas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Rubio, responsável por coordenar as conversas com a equipe do governo brasileiro, conduzirá as negociações bilaterais junto ao vice-presidente Geraldo Alckmin, chanceler Mauro Vieira e ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
As expectativas no Planalto para o encontro são muito altas, de acordo com Haddad, contudo resta saber como Rubio conduzirá as conversas, uma vez que o atual secretário mantém relações com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A aproximação começou em 2018 e, recentemente. Recentemente, Rubio, que tem origens cubanas e um histórico marcado por retórica moralista e uma política de retaliação contra governos que considera ‘hostis’, principalmente aqueles, que, segundo ele, atentem contra a liberdade de expressão, um ataque a Moraes, o qual, em julho, ele anunciou a revogação do visto de entrada, mesma decisão para os familiares e aliados próximos do ministro do STF.
Segundo o secretário, Moraes seria o “coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro. Seis dias depois, Trump avançou um pouco mais e impôs sanções contra Moraes, utilizando a Lei Magnitsky. Foi de Rubio também que partiu a iniciativa para que fossem revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ligados ao programa Mais Médicos, atingindo diretamente membros do governo brasileiro.
Em setembro, após a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estados, o secretário dos EUA, afirmou que os EUA anunciariam uma reação contra o Brasil. Ele caracterizou a decisão como “uma caça às bruxas” conduzida por Moraes e declarou que o Estado de Direito brasileiro estaria em colapso. Segundo ele, a administração americana estudaria medidas adicionais, incluindo potenciais sanções econômicas ou restrições diplomáticas.