A Intel acaba de surpreender o mercado com resultados financeiros que superaram as expectativas, marcando um novo capítulo na sua história após o governo dos Estados Unidos se tornar seu principal acionista. Com uma participação de 10% adquirida por cerca de US$ 8,9 bilhões (R$ 47,9 bilhões), a empresa anunciou uma retomada na demanda por processadores para PCs, evidenciando um avanço significativo nos esforços de reestruturação.
No terceiro trimestre, a Intel registrou uma receita de US$ 13,6 bilhões (R$ 73,4 bilhões), superando a estimativa de US$ 13,1 bilhões (R$ 70,7 bilhões). O lucro ajustado por ação alcançou US$ 0,23 (R$ 1,24), revertendo um prejuízo de US$ 16,6 bilhões do mesmo período do ano anterior. Este desempenho não apenas encerrou uma sequência de seis trimestres consecutivos no vermelho, mas também provocou uma alta superior a 85% nas ações da Intel em 2025, especialmente após o anúncio do investimento federal em agosto.

David Zinsner, diretor financeiro da empresa, destacou que a demanda por chips de PC superou todas as expectativas. “Estamos agora lidando com a questão da oferta. A demanda está muito mais forte do que prevíamos”, afirmou. Este crescimento foi impulsionado pela atualização de sistemas operacionais, com muitos usuários migrando do Windows 10 para o Windows 11.
As projeções para o próximo trimestre também são otimistas. A Intel espera receitas entre US$ 12,8 bilhões (R$ 68,9 bilhões) e US$ 13,8 bilhões (R$ 74,2 bilhões), com um lucro ajustado de US$ 0,08 (R$ 0,43) por ação. O CEO, Lip-Bu Tan, reiterou o compromisso da empresa em restaurar a produção de semicondutores, acolhendo o governo dos EUA como um parceiro essencial nesse processo.

Além do apoio governamental, a colaboração com a Nvidia também se destacou, com um investimento de US$ 5 bilhões (R$ 26,9 bilhões) em setembro. Essa parceria visa integrar processadores centrais da Intel com chips de inteligência artificial da Nvidia, que detém 90% do mercado de IA. A expectativa é que essa união ajude a reverter a queda de 1% nas vendas do segmento de data centers da Intel.
Apesar das boas notícias, a Intel ainda enfrenta desafios. Lip-Bu Tan, que assumiu a liderança em um período turbulento, enfatizou a necessidade de reestruturar produtos, reduzir custos e atrair novos clientes. Um caminho que inclui medidas rigorosas de disciplina financeira, como cortes de empregos e revisões nos investimentos, levantando preocupações sobre o ritmo de inovação da companhia.

A regulamentação da construção de uma megafábrica de chips em Ohio foi adiada para depois de 2030, mas a Intel reafirma seu compromisso com o projeto. Atualmente, a empresa operava com 88,4 mil funcionários, uma queda significativa em relação aos 124,1 mil do ano anterior, enquanto a demanda por tecnologia continua a se expandir.
O que você acha da ascensão da Intel e o impacto que isso pode ter no mercado de tecnologia? Compartilhe sua opinião nos comentários!