Nos últimos anos, um movimento significativo emergiu globalmente: a crescente prioridade dada à alimentação escolar. O relatório do Programa Mundial de Alimentos (WFP), divulgado recentemente, revela que o investimento nessa área mais que dobrou, passando de US$ 43 bilhões em 2020 para impressionantes US$ 84 bilhões em 2024. Isso representa um salto que beneficiou 80 milhões de crianças que antes não tinham acesso a refeições na escola.
Em números, isso significa que, atualmente, 466 milhões de crianças estão recebendo alimentação escolar, um aumento de 20% desde 2020. A preocupação com a infância nos países de baixa renda é clara: eles aumentaram em 60% o número de crianças atendidas. Na África, programas nacionais têm sido os protagonistas dessa mudança, oferecendo alimentação a 20 milhões de crianças a mais, especialmente no Quênia, Madagascar, Etiópia e Ruanda.
Daniel Balaban, diretor do WFP no Brasil, destaca que a maioria dos investimentos é proveniente de orçamentos nacionais, demonstrando um compromisso crescente desses países em investir no futuro de suas crianças. A alimentação escolar não é apenas uma questão de nutrição; é um investimento em educação, saúde e desenvolvimento econômico. Após receber alimentos adequados, as crianças não só se tornam mais atentas, mas também apresentam melhores resultados na escola, demonstrando que a fome pode impactar diretamente o aprendizado.
Os benefícios vão além da sala de aula. Cada dólar investido em merenda escolar gera um retorno notável, variando de US$ 7 a US$ 35. Além disso, alimentar 466 milhões de crianças cria cerca de 7,4 milhões de empregos nas cozinhas escolares e em setores relacionados, evidenciando um impacto econômico robusto. A estratégia de compras locais associa-se a dietas saudáveis, fortalecendo economias comunitárias.
O Brasil se destaca nesse cenário global com seu Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que atende cerca de 40 milhões de alunos em 150 mil escolas. Iniciado em 2009, o programa revolucionou o sistema ao exigir que 30% dos recursos destinados à alimentação fossem comprados diretamente de agricultores familiares, promovendo a economia local e assegurando um ciclo positivo de produção e consumo.
Além de ser um exemplo, o Brasil também lidera a Coalizão para a Alimentação Escolar, apoiando mais de 80 países no desenvolvimento de soluções sustentáveis para combater a fome. Esta Coalizão, que conta com mais de 140 parceiros, terá um importante encontro em setembro, em uma cúpula no Brasil, onde líderes globais discutirão avanços e novas ações para garantir que cada criança tenha acesso à alimentação adequada.
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