
As tensões entre o Irã e os Estados Unidos têm se intensificado desde a escalada militar recente, e o governo iraniano fez suas críticas soar em eco. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, não hesitou em responder às declarações provocativas do presidente Donald Trump, empregando ironia e afirmando que Israel correu para “o papai” em busca de apoio.
A resposta surgia após uma ofensiva militar, durante a qual bombardeios americanos afetaram instalações nucleares iranianas. Trump, em uma coletiva na Casa Branca, celebrou a operação como uma “grande vitória”, ressaltando que não hesitaria em agir novamente caso o enriquecimento de urânio iniciara novamente. Ele foi incisivo ao afirmar que a guerra terminou quando as bombas foram lançadas, desqualificando a narrativa de vitória propagada pelo líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
Em sua mensagem, Araqchi expressou a importância da autovalorização do povo iraniano e criticou a retórica de Trump, que ofende os sentimentos de milhões de iranianos devotos. Além disso, ele fez uma observação crítica sobre a dependência israelense dos EUA, referindo-se à necessidade do Estado hebreu buscar ajuda para evitar um colapso militar.
“Israel não teve outra escolha a não ser pedir ajuda ao ‘papai’ para não ser esmagado por nossos mísseis”, ironizou, citando a comparação de um destaque da Otan sobre a dinâmica entre os países.
Araqchi também deixou um claro alerta: o Irã não hesitará em demonstrar suas verdadeiras capacidades militares se sentir-se ameaçado no futuro. A respeitabilidade e a independência nacionais são pilares fundamentais para os iranianos, como ele mencionou em sua publicação nas redes sociais.
The complexity and tenacity of Iranians is famously known in our magnificent carpets, woven through countless hours of hard work and patience. But as a people, our basic premise is very simple and straightforward: we know our worth, value our independence, and never allow anyone…
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) June 27, 2025
Do lado israelense, o ministro da Defesa, Israel Katz, não ficou atrás. Ele afirmou que os ataques contra alvos iranianos eram apenas o começo de uma nova política de dissuasão, especialmente após incidentes que alteraram a segurança do país. Katz delineou um plano de resposta permanente, garantindo que as Forças Armadas estariam preparadas para manter a vantagem aérea no Oriente Médio.
“O que vimos foi apenas a prévia. Instruí as Forças Armadas a prepararem um plano de resposta permanente contra o Irã”, afirmou.
O chefe da Força Aérea israelense, general Tomer Bar, também enfatizou a capacidade de posicionar aeronaves sobre Teerã a qualquer momento, ressaltando isso como um fator decisivo para o equilíbrio estratégico da região. Enquanto isso, o Mossad enviou alertas à população iraniana, alertando sobre possíveis novos ataques, com uma frase que provocava tensão: “se ouvir um som como o de um cortador de grama vindo do céu, afaste-se”.
O programa nuclear do Irã continua em meio a um impasse, com Trump afirmando que o país estaria aberto a negociações – uma posição que foi prontamente negada por Teerã. Com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconhecendo níveis acima do permitido, a situação se torna ainda mais complexa, já que o Irã suspendeu a cooperação com a AIEA e critica os esforços do diretor-geral da organização.
Este tabuleiro geopolítico reflete não apenas disputas de poder, mas a luta por identidade e autonomia em um cenário repleto de incertezas. O que você pensa sobre esse embate? Deixe seus comentários e participe da discussão!