O governo de Israel voltou a considerar a anexação de partes da Faixa de Gaza, uma iniciativa proposta pelo ministro da Segurança, Zeev Elkin. Essa estratégia visa aumentar a pressão sobre o grupo Hamas, enquanto, por outro lado, potências ocidentais como Reino Unido e França intensificam a mobilização diplomática para reconhecer o Estado palestino, caso Israel não se comprometa com o fim da ocupação e com ações humanitárias urgentes.
Em uma conferência da ONU copresidida pela França e Arábia Saudita, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que o Reino Unido está pronto para formalizar o reconhecimento da Palestina já em setembro. A França, por sua vez, expressou seu apoio, com o presidente Emmanuel Macron defendendo um reconhecimento “solene”, sendo o primeiro país ocidental a adotar essa posição. Contudo, ambos os governos vinculam seu apoio à suspensão dos assentamentos na Cisjordânia e à liberação de ajuda humanitária em Gaza.
Israel, por sua vez, vê essas ações como uma recompensa ao terrorismo do Hamas, responsável por ataques em outubro de 2023 que resultaram na morte de mais de mil israelenses e no sequestro de centenas. As consequências têm sido devastadoras: o cerco militar israelense a Gaza causou a morte de mais de 60 mil palestinos, conforme relatado por autoridades locais. Organizações de direitos humanos israelenses, como B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, passaram a descrever as ações do governo como genocidas.
A ideia de anexação ganhou força na Knesset, com parlamentares do Likud aprovando resoluções para incorporar a Cisjordânia e reinstalar colônias judaicas em Gaza. Figuras ultranacionalistas, como Bezalel Smotrich, defendem publicamente a anexação total dos territórios palestinos, enquanto ideias passadas, como a proposta de Donald Trump de transformar Gaza na “Riviera do Oriente Médio”, voltam a ganhar atenção.
A pressão internacional para resolver essa crise humanitária se intensifica. O IPC, órgão que monitora crises alimentares, alertou sobre um iminente risco de fome em larga escala na Faixa de Gaza. As negociações para um cessar-fogo permanecem estagnadas, enquanto emissários internacionais tentam desbloquear as tratativas. Recentemente, Steve Witkoff, empresário norte-americano próximo a Trump, deve visitar Tel Aviv para discutir alternativas para a libertação de reféns israelenses retidos em Gaza.
Com 15 países formando uma coalizão que apóia as medidas franco-sauditas em direção à criação de dois estados, Catar e Egito estão a favor da transferência da administração de Gaza à Autoridade Palestina. No entanto, Israel e Estados Unidos boicotaram a conferência, reafirmando sua oposição ao reconhecimento unilateral do Estado palestino.
Especialistas alertam sobre o perigo de uma nova “Nakba”, a expulsão em massa de palestinos em 1948. Para os afetados, o reconhecimento do Estado palestino não é apenas um símbolo político; é uma oportunidade tangível para romper ciclos históricos de violência e ocupação. Como você vê a situação atual? Suas ideias são valiosas — compartilhe suas opiniões nos comentários!