
Cerca de 200 mil judeus ultraortodoxos bloquearam, nesta quinta-feira (30/10), os acessos a Jerusalém, em um protesto expressivo contra a obrigatoriedade do alistamento militar em Israel. A mudança nas regras do alistamento agora requer que estudantes religiosos sirvam nas Forças de Defesa de Israel (FDI), uma situação que provocou uma mobilização massiva e fervorosa. A manifestação teve momentos de tensão, com ataques a jornalistas e confrontos com a polícia ao final do evento.
Denominado “Um milhão de homens”, o movimento destacou uma rara união entre diversos grupos ultraortodoxos, que geralmente tendem a ser mais fragmentados. Essa demonstração de força coletiva é um sinal claro de descontentamento com a nova legislação. Os ultraortodoxos sempre obtiveram o direito de não prestar serviço militar desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, com a condição de se dedicarem aos estudos religiosos.
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Protesto de judeus ortodoxos em Jerusalém contra o serviço militar obrigatório
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Protesto de judeus ortodoxos em Jerusalém contra o serviço militar obrigatório
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Protesto de judeus ortodoxos em Jerusalém contra o serviço militar obrigatório
Essa proteção especial tem sido alvo de questionamentos por parte da Suprema Corte desde os anos 2000, levando governos sucessivos a articular soluções temporárias para manter as dispensas. No entanto, essa benesse está se tornando cada vez mais impopular entre as diferentes camadas da sociedade israelense. A controvérsia ganha novas dimensões em um cenário de desafios operacionais crescentes para as FDI, que lidam com os confrontos simultâneos no Hamas em Gaza, Hezbollah no Líbano e com as tensões no Irã.
Com o cancelamento das últimas determinações legais que asseguravam a isenção, e a falta de um consenso no Parlamento para uma nova legislação, as Forças de Defesa se sentiram compelidas a seguir a decisão judicial. A mobilização em Jerusalém é uma amostra do fervor e da preocupação de um grupo que enfrenta mudanças significativas, podendo marcar um ponto de virada nesta política tão contestada.
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