Em uma decisão que promete ressoar por toda a indústria tecnológica, um juiz federal dos Estados Unidos rejeitou, nesta terça-feira (2), a proposta do governo para que o Google vendesse seu navegador Chrome. Este movimento estava inserido em um caso antimonopólio crucial, que visava combater práticas monopolistas, mas o juiz Amit Mehta optou por implementar outras medidas que buscam aumentar a competição nas buscas online.
A sentença histórica ocorreu depois de Mehta ter concluído, em agosto de 2024, que o Google sustentava um monopólio ilícito no mercado de buscas. O juiz identificou que a empresa utilizava acordos de distribuição exclusivos, avaliados em bilhões de dólares, para garantir sua posição dominante. O governo argumentava que a venda do Chrome, um navegador que facilita um terço de todas as buscas realizadas na plataforma, seria necessária. Contudo, Mehta observou que tal decisão poderia ser “incrivelmente confusa e altamente arriscada”.
A ofensiva contra a ‘Big Tech’ trouxe à tona os caros e impactantes acordos de distribuição do Google com gigantes como Apple e Samsung, que consagraram a empresa como mecanismo de busca padrão em diversos dispositivos. Esses acordos, que envolvem pagamentos de dezenas de bilhões de dólares à Apple por um espaço privilegiado no iPhone, foram cruciais para consolidar a posição da companhia, blindando-a de concorrência.
Embora Mehta tenha percebido a necessidade de reverter essa dinâmica, ele também ressaltou que uma proibição total dos acordos não era viável, pois isso poderia causar um impacto negativo em outras empresas do setor. Em vez disso, o juiz determinou que o Google deve disponibilizar dados de índice de busca e informações de interação do usuário a “concorrentes qualificados”, permitindo que esses rivais aperfeiçoem seus próprios serviços.
Além disso, a decisão abrange as novas ameaças trazidas por tecnologias emergentes, como chatbots de inteligência artificial generativa, estendendo as restrições para evitar que o Google monopolize também esse espaço, assim como fez com as buscas tradicionais. Um comitê técnico supervisionará a implementação dessas medidas, que deverão entrar em vigor 60 dias após a formalização da decisão.
O futuro da tecnologia nos EUA está em jogo, com cinco casos antimonopólio ainda pendentes contra grandes empresas do setor. E você, o que acha dessa decisão? Deixe sua opinião nos comentários!