A Justiça Federal da Bahia proferiu, em junho, novas condenações relacionadas à do esquema internacional de tráfico de armas revelado pela Operação Dakovo. Quatro indivíduos, parte do núcleo de comércio no Paraguai, foram responsabilizados por facilitar a entrada de armamentos ilegais no Brasil, destinados a organizações criminosas. Diante da seriedade dos crimes, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu recorrer, pleiteando penas mais severas.
De acordo com o MPF, os condenados atuavam em uma rede que intermediava a venda de armas da empresa IAS-PY, localizada no Paraguai. Investigadores do Gaeco-MPF-BA, em colaboração com a Polícia Federal, descobriram que esses armamentos abasteciam facções como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, intensificando a preocupação com a segurança pública.
No julgamento, as penas foram determinadas com base na gravidade das ações dos réus:
- As duas principais traficantes, atuando diretamente nas negociações e em práticas ilícitas como remoção de números de série e corrupção de agentes, foram condenadas a mais de 22 anos de reclusão, além de multas e indenizações;
- O intermediário que conectava o grupo a agentes corruptos da Direção de Material Bélico do Paraguai recebeu pena de 7 anos e 6 meses de prisão;
- A pessoa responsável pela comunicação da empresa e monitoramento das operações policiais foi condenada a 6 anos e 9 meses de detenção.
Além das penas de prisão, cada réu deverá pagar R$ 50 mil como reparação por danos morais coletivos, quantia que será destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública. O MPF, insatisfeito com a sentença, pleiteia que as penas pelo crime de organização criminosa sejam reavaliadas, considerando a periculosidade do grupo e o impacto social das suas ações. Na apelação, busca-se aumentar as penas para o limite legal, com agravantes que refletem a gravidade dos atos.
A Operação Dakovo teve seu início com a apreensão de fuzis croatas na Bahia, em 2020, e revelou uma complexa rede internacional que importava armamentos da Europa e Turquia para o Paraguai, antes de enviá-los ilegalmente ao Brasil. Até o momento, 28 pessoas foram denunciadas por tráfico internacional de armas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Esse desdobramento destaca como a luta contra o crime organizado é um desafio contínuo, exigindo vigilância e esforços coordenados das autoridades. O que você pensa sobre isso? Compartilhe sua opinião nos comentários!