Ministro das Relações Exteriores da Rússia discursou neste sábado (27) na Assembleia-Geral da ONU
Sarah Yenesel/EPA/EFE
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fala durante a 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fez críticas severas a Alemanha e Israel durante a Assembleia Geral da ONU neste sábado (27), apontando riscos de militarização na Europa e de instabilidade no Oriente Médio. Lavrov atacou o chanceler alemão Friedrich Merz, afirmando que a Alemanha estaria retomando práticas do passado nazista ao buscar ampliar seus gastos com defesa. Segundo o ministro russo, a “retórica militarista” de Merz e o lançamento de um programa de defesa espacial de 35 bilhões de euros indicam um processo de remilitarização que seria “extremamente perigoso”.
O chanceler russo ressaltou que a Alemanha, que antes mantinha cooperação com Moscou, mudou de postura após a invasão da Ucrânia e se tornou uma das principais apoiadoras de Kiev. A Rússia ainda acusou a Alemanha de desejar transformar o país novamente em um “motor militar da Europa”, ignorando sua memória histórica.
Além das críticas à Alemanha, Lavrov denunciou ações de Israel que, segundo ele, ameaçam a estabilidade do Oriente Médio. O ministro russo citou ataques israelenses no Irã e no Catar e se posicionou contra pedidos de anexação da Cisjordânia, classificando-os como uma tentativa de “enterrarem as decisões da ONU sobre a criação de um Estado palestino”. “O uso ilegal da força por Israel contra os palestinos e suas ações agressivas contra Irã, Catar, Iêmen, Líbano, Síria e Iraque hoje ameaçam explodir todo o Oriente Médio”, disse Lavrov em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Lavrov acusou ainda países ocidentais de sabotarem a diplomacia com o Irã por meio da reimposição de sanções da ONU, prejudicando negociações construtivas sobre o programa nuclear do país. Nos últimos dias, a Europa enfrenta tensão crescente com a Rússia devido a voos de drones e aeronaves de combate sobre territórios da Alemanha, Dinamarca e Noruega, intensificando preocupações sobre segurança e remilitarização.
*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira