19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Brasil tem o segundo maior juro real do mundo após nova alta da Selic

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O Brasil agora ocupa o impressionante segundo lugar no ranking global de juros reais, que são as taxas de juros ajustadas pela inflação. Essa marca foi alcançada após o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidir, de forma unânime, elevar a taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano. Essa é a sétima alta consecutiva e representa o maior patamar desde julho de 2006, resultando em um juro real de 9,53% ao ano, à frente de países como Rússia (7,63%), Argentina (6,70%) e África do Sul (5,54%), conforme levantamento da MoneYou e da Lev Intelligence.

A Turquia ainda lidera essa lista, com impressionantes 14,44% de juros reais. O cenário brasileiro reflete a combinação da Selic atual e as expectativas de inflação, que estão projetadas para 5,25% nos próximos 12 meses, segundo o Boletim Focus.

Esses 15% ao ano marcam a taxa mais elevada desde 2006, quando ela estava em 15,25%. O ciclo de alta começou em setembro de 2024 sob a presidência de Roberto Campos Neto, com um acúmulo de 4,5 pontos percentuais em apenas nove meses. No comunicado pós-reunião, o Copom sinalizou que pode encerrar esse ciclo no próximo encontro, agendado para os dias 29 e 30 de julho, sob a direção de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O comitê está avaliando a necessidade de manter os juros em um nível “significativamente contracionista” por um período prolongado, a fim de garantir que a inflação se aproxime da meta estabelecida — que é de 3% ao ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Contudo, a possibilidade de novas altas permanece em aberto, dependendo da evolução dos indicadores econômicos. Segundo o Banco Central, a inflação mostra resistência, impulsionada por uma economia aquecida e por um mercado de trabalho sob pressão.

Ambiente externo incerto e preocupações fiscais

O Copom também alertou sobre o cenário internacional, que é considerado “adverso e incerto”. Entre os riscos destacados, estão as consequências das políticas econômicas dos Estados Unidos e o aumento das tensões geopolíticas, como os conflitos no Oriente Médio. Além disso, foram mencionadas as oscilações nos ativos financeiros e o risco de desaceleração da economia global.

Internamente, as projeções de inflação permanecem elevadas. Para 2026, as expectativas estão em 3,6%, enquanto para 2027, o mercado projeta uma inflação de 4%, que supera o centro da meta. O Copom também expressou preocupação com os riscos fiscais, reafirmando sua atenção aos impactos das políticas públicas sobre a inflação e os mercados.

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