28 agosto, 2025
quinta-feira, 28 agosto, 2025

Câncer de pulmão: 15% dos casos acontecem em não fumantes

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No início de 2022, a vida da professora aposentada Claudete Felix de Souza, então com 65 anos, mudou drasticamente. Sinais sutis, como dores nas costas que a mantinham acordada à noite, inicialmente foram atribuídos a uma recuperação lenta de uma infecção por Chikungunya. Contudo, a dor persistiu e sua respiração tornou-se difícil. Após diversas consultas e fisioterapias, finalmente um cardiologista detectou que seus pulmões estavam comprometidos.

O choque do diagnóstico foi devastador: câncer de pulmão. Um detalhe alarmante? Claudete nunca havia fumado. “Ao ouvir a palavra câncer, senti meu mundo desmoronar”, relembra com emoção. A professora não só enfrentou a internação e biópsia, mas também encontrou um oncologista dedicado que lançou as bases do seu tratamento com o medicamento Tagrisso 80mg, coberto pelo plano de saúde. Hoje, ela respira aliviada, com o quadro sob controle.

“É difícil ouvir que você tem uma doença tão fatal, que parece roubada de um livro de ficção. No entanto, entendi a importância de ter esperança e buscar apoio”, reflete. Além do tratamento, Claudete menciona a essencial orientação de um bom médico e a relevância do suporte psicológico. “Minha família foi meu pilar. Isso foi fundamental durante os momentos mais difíceis”, acrescenta.

O oncologista Luiz Henrique Araújo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), reforça uma realidade preocupante: cerca de 15% dos casos de câncer de pulmão são registrados em não fumantes, como Claudete. O aumento da conscientização sobre esta doença se torna urgente, considerando que o tabagismo tem diminuído, mas a incidência de câncer de pulmão em não fumantes está crescendo.

Segundo Araújo, esse tipo de câncer agora figura como a sétima maior causa de morte por câncer no mundo. O que está por trás disso? As causas ainda são obscuras, mas a poluição ambiental aparece como uma forte candidata, além do tabagismo passivo. “O diagnóstico precoce é crucial, mas a suspeita de câncer em não fumantes é baixa, levando a um atraso no tratamento”, alerta o oncologista.

No atual cenário, a análise molecular é vital para identificar o ‘sobrenome’ do câncer em não fumantes. Mutações genéticas podem guiar escolhas terapêuticas mais eficazes, utilizando tratamentos orais menos invasivos. Estamos realmente descobrindo novas possibilidades na luta contra essa doença devastadora.

Agosto é o mês da conscientização sobre o câncer de pulmão, e Araújo enfatiza a importância de reconhecer os sinais e buscar ajuda médica ao notar sintomas respiratórios persistentes. Um diagnóstico precoce e uma equipe multidisciplinar, envolvendo pneumologistas, cirurgiões e oncologistas, são essenciais para a luta contra essa doença que, apesar de ser uma sombra no horizonte, pode ser enfrentada com determinação.

E você, já teve alguma experiência ou conheceu alguém que enfrentou essa batalha? Compartilhe nos comentários! Sua história pode inspirar e conscientizar outros.

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