25 agosto, 2025
segunda-feira, 25 agosto, 2025

Canetas “emagrecedoras” nacionais começaram a ser vendidas

Compartilhe

O Brasil entrou oficialmente na disputa pelo bilionário mercado de medicamentos contra a obesidade e o diabetes tipo 2. Desde o último dia 05 de agosto, chegaram às farmácias as primeiras canetas injetáveis de liraglutida fabricadas integralmente no país. Produzidos pela farmacêutica EMS, os medicamentos Olire e Lirux surgem como alternativa nacional aos importados Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk, que até então dominavam o mercado.

A liraglutida é um análogo do hormônio GLP-1, substância capaz de aumentar a saciedade, retardar o esvaziamento gástrico e estimular a insulina, promovendo tanto o controle do peso corporal quanto a redução da glicemia. Estudos clínicos mostram que pacientes podem perder entre 4 kg e 6 kg, com alguns atingindo até 10% do peso corporal, além de melhora em indicadores cardiovasculares.

O lançamento, no entanto, chega cercado de contradições. A expectativa era que os preços nacionais fossem de 10% a 20% menores que os importados, mas a realidade expôs um impasse: enquanto o Olire (3 canetas) custa R$ 760,61, os rivais estrangeiros vêm sendo vendidos com descontos superiores a 30%, deixando o consumidor diante de valores muito próximos.

Disponíveis inicialmente nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, tanto online quanto em lojas físicas no Sul e Sudeste, as novas canetas prometem rápida expansão. A EMS afirma ter investido mais de R$ 1 bilhão na construção da primeira fábrica de peptídeos do Brasil, em Hortolândia (SP), com capacidade para 20 milhões de canetas por ano. A empresa já trabalha para lançar, em 2026, a versão nacional da semaglutida – substância dos famosos Ozempic e Wegovy.

A Anvisa reforça que o uso da liraglutida só é aprovado em adultos com IMC ≥ 30 (obesidade) ou IMC ≥ 27 (sobrepeso com comorbidades), e deve estar sempre associado a dieta equilibrada e atividade física.

Apesar do entusiasmo, a comparação com a semaglutida ainda coloca a liraglutida em desvantagem: a concorrente exige apenas uma aplicação semanal e já demonstrou maior eficácia, com perdas de até 17% do peso corporal.

No entanto, o lançamento nacional inaugura um capítulo histórico: pela primeira vez, o Brasil deixa de ser apenas um consumidor de medicamentos importados e passa a produzir, em larga escala, uma das substâncias mais cobiçadas da atualidade.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você