13 agosto, 2025
quarta-feira, 13 agosto, 2025

Como é o dia a dia dos iranianos entre bombas de Israel

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Irã em Conflito

Em meio a um cenário de tensão e incerteza, os iranianos enfrentam um cotidiano marcado por desafios sem precedentes. A promessa do governo de manter o metrô de Teerã funcionando 24 horas para abrigar a população em crise não se concretizou. “Em dias normais, o metrô já está lotado e atrasado. Eles não têm como lidar com a multidão”, desabafa Vahid. Com apenas dez linhas e algumas estações distantes até 8 km dos bairros residenciais, a situação se agrava ainda mais.

Enquanto isso, nas redes sociais, a solidariedade floresce. Moradores compartilham dicas de segurança e oferecem abrigo a aqueles que perderam suas casas. Apesar da continuidade do discurso de resistência do regime islâmico contra Israel, a realidade é desoladora: o país carece de abrigos antimísseis e estruturas adequadas para proteger os civis. Tais abrigos subterrâneos, construídos durante a guerra com o Iraque, estão praticamente esquecidos, e poucos sabem de sua localização, como lembrou um usuário da rede X.

Com aviões israelenses sobrevoando constantemente, a sensação de abandono é palpável. “Parece que é o país deles”, diz Reza, que decidiu ficar em Teerã para cuidar de sua mãe idosa. Após seis dias de conflito, o saldo já é alarmante: 639 mortos e 1.329 feridos, segundo dados da HRANA News, contrastando com os números oficiais que falam em 224 mortos.

No que diz respeito à crise energética, os desafios se acumulam. Longas filas em postos de gasolina e congestionamentos dificultam a saída da capital, colocando em risco a entrega de alimentos. Os bombardeios israelenses a instalações de gás e petróleo apenas agravam a situação, já marcada por frequentes cortes de eletricidade. Em meio a isso, a economia se paralisa, e a moeda iraniana desvalorizada faz com que a população busque refúgio em bens de valor, como ouro. “Os escritórios de câmbio estão quase todos fechados”, lamenta Reza.

A ausência de comunicação é outra faceta desse desespero. Desde o dia 18, milhões de iranianos enfrentam a dificuldade de se conectar com familiares no exterior, com o acesso à internet praticamente cortado. “Eles não querem que a informação circule”, ressalta Afsaneh Salari, de Berlim. Este isolamento torna a população ainda mais vulnerável, enquanto o regime se torna cada vez mais repressor.

A repressão também se estende ao jornalismo. O jornalista Ali Pakzad, do diário reformista Shargh, foi detido após tentar noticiar os ataques. Embora tenha sido libertado, outros, como Sajad Mashhadi Hemmatabi, ainda permanecem desaparecidos. A ativista Motahareh Goonehi, recentemente solta, foi presa novamente, refletindo o clima de temor que permeia a sociedade.

Nesse emaranhado de incertezas, o povo iraniano busca resistir e sobreviver. É um momento crítico, onde a resiliência se transforma em uma questão de sobrevivência. Como você tem se sentido em relação a essas situações? Compartilhe suas reflexões nos comentários!

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