9 agosto, 2025
sábado, 9 agosto, 2025

Especialista em China foi alvo de bolsonarista após ser monitorado pela Abin

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O professor Evandro Menezes de Carvalho, um especialista em direito internacional com foco nas relações Brasil-China, tornou-se o alvo de uma campanha de ataques coordenados após ser monitorado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Essa vigilância, que gerou desinformação e notícias falsas, foi revelada no relatório final da Polícia Federal. O documento apontou Carvalho como uma das figuras monitoradas pelo uso do sofisticado software espião FirstMile entre 2019 e maio de 2020, no âmbito das operações Madrugada, Moshu e Moshu1.

Em agosto de 2020, Oswaldo Eustáquio, um jornalista alinhado ao bolsonarismo, publicou um vídeo sugerindo que Carvalho era um espião a serviço da China. Essa declaração foi rapidamente disseminada nas redes bolsonaristas, resultando em ataques direcionados ao professor. A Policial Federal, ao investigar o caso, identificou que informações da Abin estavam sendo manipuladas por um grupo político para fins de desinformação, colocando em evidência práticas que minavam a integridade institucional.

No contexto de ataques sistemáticos, Eustáquio também insinuou que órgãos de segurança dos Estados Unidos, como o FBI e a CIA, buscavam a colaboração brasileira para investigar Carvalho por sua suposta defesa dos interesses chineses. Ele alegou que o professor teria apresentado o ex-presidente Michel Temer à cúpula do governo chinês, aumentando a pressão sobre a reputação de Carvalho.

Em conversa com a coluna na sexta-feira (20), Evandro Carvalho expressou sua preocupação com o uso indevido de informações e os impactos que isso tem sobre a segurança e os direitos individuais. “Isso demonstra o perigo de uma operação clandestina da Abin, motivada por agendas políticas e ideológicas perigosas”, ressaltou. Ele se indagou sobre quem poderia ter ordenado esses ataques, destacando que a gravidade da situação não se limita a Eustáquio, mas sim às estruturas de poder por trás dessas ações.

O professor não descarta a possibilidade de processar a União. “A investigação da PF pode, finalmente, esclarecer os reais motivos do meu monitoramento e revelar os responsáveis por essa trama”, afirmou, reforçando que os ataques e ameaças que sofreu desde o início do monitoramento são preocupantes. Ele também criticou a impunidade de aqueles que realmente estão prejudicando os interesses nacionais, sugerindo que o vínculo das elites políticas com a China é mais profundo do que se imagina, independentemente das ideologias.

Sobre as informações divulgadas por Eustáquio, o jornalista confirmou que seus dados não vieram da Abin, mas, sim, da própria Polícia Federal. Segundo ele, em 2020, agentes da PF compartilham com ele documentos que indicavam a suposta investigação do FBI e da CIA sobre Carvalho, alegando que houve resistência dentro da gestão da PF para tomar ações em relação ao pedido estrangeiro.

“Foi uma situação inusitada e reveladora de como as informações estão sendo manipuladas para promover determinadas narrativas. O cidadão deve estar ciente desses mecanismos e se manter vigilante”, concluiu Carvalho. O que nos resta agora é refletir sobre as implicações da desinformação e o papel que cada um de nós deve desempenhar na luta pela verdade e pela justiça. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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