26 setembro, 2025
sexta-feira, 26 setembro, 2025

Infecções por Aedes aegypti elevam risco de complicações no parto

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O mosquito Aedes aegypti se tornou um inimigo silencioso da saúde materno-infantil no Brasil, transmitindo doenças como dengue, zika e chikungunya. Com uma crescente preocupação, um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela a gravidade desse cenário.

Pesquisadores analisaram mais de 6,9 milhões de nascimentos entre 2015 e 2020, destacando a infecção por esses vírus durante a gestação como um fator que eleva significativamente os riscos de complicações no parto e nos recém-nascidos. O estudo, publicado na renomada revista Nature Communications, revela consequências alarmantes como parto prematuro, baixo peso ao nascer e casos de mortalidade neonatal.

A investigação, conduzida pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Fiocruz Bahia), ilumina a urgente necessidade de atenção especial à saúde das grávidas, apontando que a infecção por arboviroses pode ocasionar não apenas prematuridade, mas também um baixo escore de Apgar e até óbito neonatal.

A dengue, embora já conhecida por sua relação com partos prematuros e baixo peso, apresenta outra faceta preocupante: está associada a anomalias congênitas, comprometendo o desenvolvimento saudável dos fetos. Já a zika traz consequências ainda mais severas, com um risco mais que dobrado de malformações entre bebês de mães infectadas.

O pesquisador Thiago Cerqueira-Silva destaca que essa percepção precisa mudar: “Este estudo esclarece que não apenas a zika é uma ameaça na gravidez. Os riscos associados à chikungunya e à dengue também são graves, aumentando o risco de morte neonatal e anomalidades congênitas. Essa informação é crucial para direcionar os esforços clínicos e de saúde pública”, afirma.

A pesquisa também revela que cada trimestre da gestação apresenta suas particularidades em termos de vulnerabilidade, sugerindo que diferentes mecanismos biológicos estão em jogo em cada fase. Este conhecimento demanda uma vigilância constante e preventivas eficazes durante toda a gravidez.

A urgência em fortalecer as medidas de prevenção é clara. O impacto das arboviroses não se restringe à saúde das mães. Crianças que enfrentam essas dificuldades carregarão as consequências por toda a vida. Em áreas vulneráveis, o risco de infecção é amplificado, e a carga financeira das complicações se acumula desigualmente sobre famílias de baixa renda.

Diante desse contexto desafiador, Thiago defende a ampliação da cobertura vacinal contra dengue e a inclusão da vacinação contra chikungunya nas políticas de imunização do país. É imprescindível garantir acesso universal e gratuito às vacinas existentes, independentemente da situação socioeconômica.

Ademais, campanhas educacionais sobre os perigos associados à dengue e à chikungunya durante a gestação se tornam necessárias. Atualmente, apenas os impactos da zika estão sendo amplamente divulgados, e é hora de mudar essa narrativa.

É essencial que todos se unam nesse esforço de conscientização e prevenção. O que você está fazendo para se proteger e proteger aqueles que ama? Compartilhe suas ideias e experiências nos comentários.

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