O Real Madrid anunciou nesta segunda-feira (16) que quatro torcedores foram condenados criminalmente pela Justiça espanhola após protagonizarem um episódio de racismo contra o atacante Vinicius Jr. em janeiro de 2023. A 23ª Seção da Audiência Provincial de Madrid sentenciou os réus por crime de ódio e ameaça, após o grupo ter pendurado um boneco inflável negro com a camisa do jogador, simulando seu enforcamento, nas proximidades do centro de treinamentos do clube, horas antes de um clássico contra o Atlético de Madrid, pela Copa do Rei.
Além do boneco, os condenados também estenderam uma faixa com mensagens de ódio ao Real Madrid, e um dos envolvidos divulgou imagens da ação nas redes sociais.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Os quatro réus confessaram os crimes, demonstraram arrependimento e pediram desculpas públicas. Um deles foi condenado a um ano e dez meses de prisão, enquanto os outros três receberam penas de um ano e dois meses. Todos também terão de pagar multas e estão proibidos de se aproximar de Vinicius Jr. em um raio de mil metros ou de se comunicar com ele por qualquer meio pelos próximos quatro anos.
As punições ainda incluem três anos de inabilitação para exercer qualquer atividade profissional relacionada à educação ou ao esporte, além da proibição de frequentar estádios ou eventos esportivos nesse mesmo período. Os condenados deverão ainda participar de um curso sobre igualdade de tratamento e não discriminação.
Essa decisão se soma a outras condenações já emitidas nos últimos meses por atos racistas contra jogadores do Real Madrid, ocorridos em diferentes estádios da Espanha — incluindo Zorrilla (Valladolid), Mestalla (Valência), Son Moix (Palma de Mallorca) e Vallecas (Madrid) —, além de ambientes digitais. Ao todo, já são 14 pessoas condenadas penalmente por crimes racistas contra atletas do clube.
O Real Madrid, que atuou como acusação particular ao lado de Vinicius Jr., reiterou que seguirá firme em sua missão de combater o racismo no futebol: “Continuaremos trabalhando para proteger os valores do nosso clube e erradicar qualquer comportamento discriminatório no esporte”, afirmou a nota oficial.