20 setembro, 2025
sábado, 20 setembro, 2025

Mulheres são mais afetadas por síndromes das pernas inquietas

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A Síndrome das Pernas Inquietas, conhecida também como doença de Willis-Ekbom, é mais do que uma simples incómoda sensação de movimento. Trata-se de uma condição neurológica que gera um impulso intenso de movimentar as pernas, especialmente em momentos de repouso, como ao deitar para dormir. Estima-se que essa condição afete entre 4% e 29% da população adulta nos países ocidentais, com as mulheres sendo as mais impactadas.

Essa síndrome se relaciona a uma série de fatores, incluindo deficiências genéticas e de ferro. Curiosamente, mesmo mulheres com níveis normais de ferro podem sofrer dessa condição, sendo que cerca de 25% das gestantes são afetadas. Marcelo Cruz Rezende, reumatologista e membro da Comissão de Dor da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), elucidou que a frequência maior entre mulheres se deve, em parte, à anemia decorrente das menstruações.

“Vocês sangram todo mês. Então, são sempre um pouco mais anêmicas. E nas mulheres grávidas, essa anemia é ainda pior”, concluiu Rezende.

A complexidade da Síndrome das Pernas Inquietas pode estar ligada a outras condições médicas, como artrite reumatoide, diabetes e insuficiência renal. O médico explica que a doença é desencadeada por uma alteração na produção de dopamina — a mesma substância química afetada em casos de Parkinson. O ferro desempenha um papel essencial na síntese dessa dopamina, fundamental para o controle dos movimentos.

“O ferro é crucial para a construção da dopamina, que é responsável por atividades como andar e falar”, esclareceu.

Os efeitos da síndrome não se restringem ao desconforto físico; em casos mais graves, podem provocar sérios distúrbios do sono, irritabilidade e falta de energia, interferindo consideravelmente nas atividades diárias. O alerta de Rezende é claro: “Se você percebe que a qualidade do seu sono está comprometida, não hesite em buscar um médico e relatar seus sintomas.”

Ainda que não haja uma cura, existem tratamentos disponíveis para controlar a síndrome, e a recomendação é que sejam iniciados assim que os sintomas começam a impactar a qualidade de vida do paciente.

“Se atrapalha a vida, a pessoa deve sempre procurar o médico”, finalizou o especialista.

Recentemente, o Congresso Brasileiro de Reumatologia, o maior da especialidade na América Latina, ocorreu no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia, reunindo profissionais e especialistas em busca de soluções para essas doenças.

Você já enfrentou desafios relacionados à Síndrome das Pernas Inquietas? Compartilhe suas experiências ou dúvidas nos comentários e vamos juntos buscar mais informações sobre essa condição!

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