7 setembro, 2025
domingo, 7 setembro, 2025

Pesquisa recomenda ações de prevenção ao HPV focadas em pessoas trans

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Uma pesquisa inovadora, conduzida pela farmacêutica MSD em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas e o Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS de São Paulo, revela dados alarmantes sobre a prevalência do HPV entre pessoas transgênero. Os resultados iniciais, que envolvem 150 participantes, indicam que 53,3% deles possuem algum subtipo do vírus, refletindo uma taxa preocupante que destaca a urgência de ações de prevenção, como vacinação e testagem.

O estudo, que irá abranger 300 indivíduos, já mostra que a vastíssima maioria das infecções — 97,5% — corresponde a subtipos de alto risco cancerígeno. Essa porcentagem é significativamente superior à média da população geral, que varia entre 39,8% e 53,1%. Essa realidade demonstra a urgência de iniciativas direcionadas a essa população vulnerável.

“Sabemos que muitos na comunidade trans estão marginalizados e frequentemente atuam como profissionais do sexo, o que aumenta o risco de exposição ao HPV devido ao contato frequente com múltiplas parcerias”, destaca Estevan Baldon, gerente médico da MSD Brasil e um dos coautores do estudo. Embora o HPV seja frequentemente associado ao câncer de colo do útero, ele também pode afetar regiões como a área anal e a cavidade oral, podendo levar a complicações graves.

Infelizmente, muitos profissionais de saúde subestimam a necessidade de monitoramento do HPV em pessoas transgénero. É essencial conscientizá-los sobre os riscos que essas pessoas enfrentam, como no caso de mulheres trans que praticam sexo anal e homens trans com útero.

Uma das principais recomendações do estudo é a implementação de protocolos de rastreamento específicos para o HPV anal, considerando o risco elevado dessa população. “Atualmente, o câncer relacionado ao HPV que possui rastreamento é o do colo de útero. Precisamos adaptar os métodos de coleta e diagnóstico, incluindo exames para áreas que ainda não são abordadas”, enfatiza Baldon.

Além disso, o pesquisador argumenta que as evidências podem auxiliar na reformulação da política de vacinação contra o HPV. A vacina atual é disponibilizada para pessoas entre 9 e 14 anos, com acesso restrito a grupos vulneráveis após essa faixa etária. “É fundamental que o Programa Nacional de Imunização e o Ministério da Saúde reconheçam a gravidade da situação e incluam a população trans na vacinação contra o HPV”, conclui.

Essa pesquisa é um chamado à ação para todos nós: a inclusão e a proteção da saúde da comunidade trans deve ser uma prioridade. O que você acha sobre esses dados? Compartilhe suas reflexões e vamos fomentar essa discussão vital!

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