23 setembro, 2025
terça-feira, 23 setembro, 2025

Política para pacientes reumáticos pode criar modelo a ser replicado

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Há duas semanas, um marco importante foi estabelecido na saúde pública brasileira: o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Doenças Reumáticas. Em uma iniciativa que promete transformar a qualidade de vida dos brasileiros, essa nova política, formalizada pela Resolução 777, orienta estados e municípios sobre como cuidar de pacientes com enfermidades reumáticas, buscando não apenas melhorar os cuidados, mas também reduzir os custos sociais e econômicos associados.

Com diretrizes claras e protocolos de tratamento, o documento se propõe a guiar as melhores práticas para atender a essa população em crescente necessidade. “Essa política abre portas para um modelo que pode ser aplicado em todo o Brasil”, afirma José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em setembro, ele destacou a importância dessa iniciativa como um passo inicial para aprimorar o atendimento dos pacientes.

André Hayata, coordenador da Comissão de Políticas Públicas e Relações Institucionais da SBR, observa que as discussões em torno dessa resolução duraram anos e foram interrompidas pela pandemia. As conversas foram retomadas em 2023, culminando nesse momento decisivo. “Fizemos diversas reuniões com secretarias do Ministério da Saúde e associações de pacientes, ouvindo as necessidades de todos os setores envolvidos”, revelou Hayata, ressaltando que até grupos marginalizados, como povos originários e pacientes em situação vulnerável, foram incluídos nas discussões.

“Desenhamos a jornada do paciente desde o acesso à atenção primária até a especializada”, explicou, sublinhando que a política visa garantir que todos os pacientes tenham um atendimento integral. O resultado é um documento nacional que estabelece como os cuidados serão oferecidos em cada município.

Este avanço, segundo Hayata, também se preocupa com as disparidades na distribuição de especialistas: “Muitos reumatologistas estão concentrados nas capitais, enquanto em diversas regiões há grandes lacunas.” Para solucionar esse problema, foram propostas soluções como a telemedicina, que permitirá que pacientes em áreas remotas tenham acesso a consultas com especialistas sem a necessidade de longas viagens.

A expectativa agora é que essa política seja discutida e implementada pelo Ministério da Saúde, estabelecendo um novo padrão para o atendimento a essas doenças, que afetam cerca de 15 milhões de brasileiros. Contudo, o caminho ainda é longo. Hayata enfatiza que a abordagem precisa finalmente entrar na pauta de dotação orçamentária para garantir o financiamento adequado e sua implementação.

As doenças reumáticas, que atingem aproximadamente 7% da população, não apenas debilitam os indivíduos, mas também são uma das principais causas de aposentadoria precoce. Com condições que variam de artrose a artrite reumatoide, esses desafios de saúde compõem um quadro complexo que demanda atenção imediata e efetiva.

Para ilustrar a luta diária enfrentada por muitos, conhecemos Antonieta Muniz Alves dos Santos, de 57 anos, que tem vivido com lúpus há 43 anos. “Demorou dois anos para conseguir um diagnóstico. A doença comprometeu minha visão e audição, mas agora estou estável”, relata ela, ressaltando que o apoio e o tratamento adequados são essenciais.

Outra história é a de Angélica Santos da Nova, de 50 anos, que enfrentou um longo caminho até seu diagnóstico de lúpus sistêmico. “Foi um processo difícil, mas a partir do momento em que recebi o diagnóstico, pude começar o tratamento e alcançar uma vida mais saudável”, compartilha.

Esses relatos reforçam a importância da nova política na vida de milhões de brasileiros. As mudanças propostas têm o potencial de transformar não apenas a abordagem técnica às doenças reumáticas, mas a própria experiência do paciente, promovendo um futuro de mais dignidade e cuidados. Como você vê essa evolução? Compartilhe suas opiniões e experiências nos comentários abaixo!

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