27 agosto, 2025
quarta-feira, 27 agosto, 2025

Riscos modificáveis estão associados a quase 60% dos casos de demência

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Recentes pesquisas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontam que quase 60% dos casos de demência no Brasil estão associados a fatores de risco modificáveis. Esse estudo revela que três condições evitáveis têm o maior impacto: a baixa escolaridade na infância, a perda da capacidade visual não tratada e a depressão. As descobertas sublinham a importância das intervenções proativas, direcionadas por políticas públicas e iniciativas individuais, para mitigar esses riscos e proteger a saúde mental da população.

Hoje, a demência afeta entre 12,5% e 17,5% da população idosa brasileira, um número que tende a aumentar com o crescimento da faixa etária. Segundo os pesquisadores, estratégias de saúde pública são cruciais para reduzir a prevalência da doença, especialmente em grupos vulneráveis. O acesso à educação, o cuidado oftalmológico e os serviços de saúde mental devem ser prioridades para prevenir a incidência desse mal.

A pesquisa que revelou esses dados analisou 14 fatores de risco modificáveis, utilizando informações do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), e identificou que somados, esses fatores contribuem para 59,5% dos casos de demência, superando a média mundial de 45%.

Dentre os riscos, a baixa escolaridade no início da vida se destacou, ligados a 9,5% dos casos. Essa condição é seguida pela perda visual na velhice (9,2%) e pela depressão na meia-idade (6,3%). Outros fatores, como isolamento social, poluição do ar e diabetes, também têm um impacto significativo e precisam ser abordados.

A relação entre a educação inicial e a reserva cognitiva é fundamental. Aprender fortalece as conexões neurais, criando um cérebro mais resiliente a danos futuros. A perda da visão reduz a estimulação cerebral necessária para a memória e a cognição. Da mesma forma, a depressão inibe a vontade de buscar novas experiências que melhorariam a função cerebral, além de impactar a saúde a longo prazo por meio de desbalanços neuroquímicos.

Os dados mostram que no Brasil, os fatores como baixa escolaridade e perda visual têm um impacto maior nas regiões mais pobres e entre as populações negras. Isso aponta como as desigualdades sociais estão entrelaçadas com o risco de demência, e enfatiza a necessidade de políticas públicas direcionadas.

A professora Cláudia Suemoto, uma das autoras do estudo, chama a atenção para a urgência de abordar esses fatores desde a infância até a terceira idade. “A prevenção deve começar cedo e ser contínua”, afirma, ressaltando que estratégias de saúde pública devem focar no aumento da escolaridade, tratamento da depressão e manejo de condições como hipertensão e diabetes.

Se você se preocupa com a saúde mental e o futuro da população idosa, compartilhe suas ideias e experiências. Juntos, podemos promover um diálogo sobre as mudanças necessárias para um envelhecimento mais saudável e digno.

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