25 setembro, 2025
quinta-feira, 25 setembro, 2025

Saúde lança campanha para reduzir recusa à doação de órgãos

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Na busca por transformar vidas e superar barreiras, o Ministério da Saúde lançou uma campanha poderosa em São Paulo, destinada a estimular a doação de órgãos no Brasil. A meta é clara: diminuir a preocupante taxa de 45% de recusa familiar à doação, um gesto que pode salvar inúmeras vidas.

Durante o lançamento no Hospital do Rim, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou a segurança e a seriedade do Programa Nacional de Transplantes, um sistema reconhecido mundialmente. “Quando um profissional de saúde se aproxima de uma família para discutir a doação, é crucial que eles saibam que estão sendo assistidos por um programa extremamente seguro e respeitado”, destacou Padilha.

Ele explicou que o sistema de saúde brasileiro não está envolvido em práticas como a venda ou o tráfico de órgãos. Ao longo dos anos, o país construiu um programa sólido que garante segurança às famílias que consideram a doação. Em 2019, uma reportagem da Agência Brasil já havia apontado que a principal objeção à doação era a ausência de comunicação sobre a vontade do falecido em ser um doador.

O médico José Medina Pestana, superintendente do Hospital do Rim, reforçou que as famílias muitas vezes hesitam em doar por não saberem se essa era a intenção do ente querido. “É fundamental que as pessoas conversem com suas famílias sobre a doação em vida”, disse ele, ressaltando que a desconhecimento é a verdadeira barreira à doação – não crenças religiosas ou culturais.

Durante o evento, Padilha assinou uma portaria que estabelece a Política Nacional de Doação e Transplantes, um marco inédito desde 1997. Esse documento organiza os princípios éticos e diretrizes do Sistema Nacional de Transplantes, reforçando a transparência e a gratuidade do acesso pelo SUS. Um dos principais avanços dessa política é a introdução dos transplantes de intestino delgado e multivisceral no SUS, proporcionando tratamento integral a pacientes com falência intestinal.

Além disso, a política incorpora a utilização da membrana amniótica em tratamentos para queimaduras em crianças, favorecendo a cicatrização e reduzindo o risco de infecções. “Esses avanços garantem que órgãos sejam alocados de maneira mais eficiente, aumentando as possibilidades de transplantes em áreas com menor cobertura”, destacou o ministro.

Outro importante lacuna que está sendo abordada é o lançamento do Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos, conhecido como Prodot. Esse programa visa valorizar as equipes hospitalares responsáveis por identificar potenciais doadores, oferecendo incentivos financeiros baseados no desempenho e no aumento das doações.

Atualmente, o Brasil é o terceiro colocado mundial em número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e é líder em transplantes realizados exclusivamente pelo sistema público. No primeiro semestre deste ano, ocorreram 14,9 mil transplantes, o maior número da história, embora ainda existam mais de 80 mil pessoas aguardando por um transplante. Por isso, a mobilização para sensibilizar as famílias é essencial.

Com o lema “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador”, a campanha será lançada em setembro, próximo ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, que acontece no dia 27. O momento é agora; conversa e informação podem salvar vidas. O que você pensa sobre a doação de órgãos? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo!

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