A prática de atividades ao ar livre é essencial para prevenir a miopia nos primeiros anos de vida. Num mundo cada vez mais dominado pela urbanização e pelo uso intensivo de telas, é fundamental resgatar esse hábito saudável, garantindo que crianças e adolescentes passem mais tempo fora de casa, longe da exposição excessiva a dispositivos eletrônicos.
Essas descobertas fazem parte do estudo CBO Miopia, publicado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que apresenta um panorama preocupante da doença em nosso país. Este importante documento será oficialmente lançado durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, na próxima sexta-feira (29), em Curitiba (PR).
Atualmente, mais de 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros, com idades entre 3 e 18 anos, são afetados pela miopia. No entanto, há disparidades alarmantes: enquanto nas comunidades quilombolas rurais a prevalência é de apenas 1,06%, nas áreas urbanas esse número salta para 20,4%. Essa diferença ilustra a importância do ambiente na saúde ocular das novas gerações.
É notável que a média brasileira de 8,61% esteja distante de países da Ásia, onde a miopia atinge até 87,7% na China e 69% na Coreia do Sul. Esses dados reforçam a urgência de ações que promovam a saúde ocular, especialmente em tempos de crescente urbanização.
Os fatores que contribuem para a miopia são uma combinação de genética e ambiente. Crianças cujos pais são míopes têm até cinco vezes mais chances de desenvolver a condição. Além disso, práticas como leitura prolongada em ambientes fechados, aliadas à falta de atividades externas, potencializam o risco.
Pesquisas recentes destacam o papel protetor da exposição solar. Apenas 40 minutos de atividades ao ar livre diariamente podem reduzir significativamente o risco de miopia. Essa simples mudança de hábito pode ter um impacto poderoso na saúde ocular das crianças.
Durante a pandemia de covid-19, o impacto do confinamento foi evidente: a diminuição do tempo de exposição ao sol resultou em um aumento alarmante da miopia. Em Hong Kong, a prevalência saltou de 44% para 55% em apenas um ano.
“Entre crianças e adolescentes, as consequências da miopia são ainda mais preocupantes. A ausência de diagnóstico ou tratamento pode comprometer o desempenho escolar e o desenvolvimento intelectual”, adverte o CBO.
Outro desafio identificado no estudo é o envelhecimento da população míope, que eleva a demanda sobre o sistema de saúde, uma vez que graus mais altos da doença podem desencadear complicações severas. Para enfrentar essa realidade, especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas que promovam a triagem visual em escolas, campanhas educativas sobre a importância de atividades ao ar livre e orientações para que as famílias priorizem consultas oftalmológicas regulares.
O que você pensa sobre a situação da miopia entre as crianças? Compartilhe suas opiniões nos comentários! Vamos juntos encontrar soluções para garantir a saúde ocular das novas gerações.