Na noite desta quarta-feira (6), um novo capítulo político se desenhou na Câmara dos Deputados. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), revelou uma aliança com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), visando pautar, na próxima semana, duas questões polêmicas: a anistia para os presos e condenados pelos atos de janeiro de 2023 e a abolição do foro privilegiado de autoridades.
O anúncio de Sóstenes se deu após a desobstrução da Mesa Diretora, que vinha sendo ocupada pela oposição desde a terça-feira (5). Com a retomada das atividades, Hugo Motta fez um discurso enfatizando a importância do respeito à Mesa, afirmando que existem limites para as manifestações na Câmara, e que o respeito a essas regras é “inegociável”.
Segundo Sóstenes, durante uma reunião com Hugo Motta, a oposição conseguiu um acordo para discutir as duas pautas na próxima semana. “Recebi apoio do líder do PSD, Antonio Brito (BA), e dos vice-líderes do PP, Evair de Mello (ES), e do União Brasil, Rodrigo Valadares (SE)”, declarou.
O líder do PL ressaltou: “Abriremos os trabalhos pautando a mudança do foro privilegiado e o projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro. Tenho o aval do líder Antonio Brito e das lideranças aqui presentes.”
Pelo acordo estabelecido, os líderes buscarão apoio adicional para aprovar a urgência do projeto de anistia e a apreciação da emenda constitucional que pretende extinguir o foro privilegiado. Esta proposta já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, aguardando apenas ser pautada pela Mesa Diretora. Caso haja maioria favorável na reunião de líderes da próxima semana, Motta se comprometeu a levar a discussão ao plenário.
“Os líderes têm o compromisso de pautar essas questões, começando pela revogação do foro privilegiado, que em algum momento serviu para proteger, mas transformou-se em um instrumento de chantagem”, afirmou Sóstenes. Contudo, uma nuvem de incerteza pairou sobre o acordo quando o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), contradisse Sóstenes, negando que houvesse um acordo para discutir a anistia e o fim do foro privilegiado. Ele enfatizou que o presidente da Câmara garantiu que não houve tal arranjo.
“Não vamos votar a anistia. Isso está fora de questão. Falam isso para justificar suas ações, pois tiveram que recuar aqui”, declarou Lindbergh, lançando mais combustível na já acalorada discussão.
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