No vibrante cenário do Rio de Janeiro, os líderes do Brics se reuniram para o segundo dia de sua cúpula, imersos em tensões globais acentuadas pelas ameaças comerciais proferidas por Donald Trump. Sem mencionar diretamente o presidente dos Estados Unidos, o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul manifestou em um comunicado conjunto sua “séria preocupação” diante de medidas tarifárias unilaterais que podem distorcer o comércio internacional.
Trump, em sua plataforma Truth Social, alertou que qualquer nação que alinhar-se com o Brics enfrentaria uma tarifa adicional de 10%. Essa declaração seguiu a promessa dos EUA de impostos sobre parceiros comerciais que não firmarem acordos até 1º de agosto, revelando um panorama tenso nas relações comerciais globais.
O Brics, que se posiciona como um contrapeso ao domínio dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, recentemente ampliou sua composição para incluir 11 países, representando quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global. A ausência notável do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula contribuiu para a intensidade do debate.
Frente à escalada de tensões, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, comentou que “guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores” e reforçou que o grupo não busca confrontos. Os Estados Unidos, por sua vez, continuam em negociações com outras nações na tentativa de evitar tarifas adicionais, tendo conseguido, até agora, um acordo de trégua temporária com a China.
Neste primeiro dia de cúpula, sob a presidência brasileira, o bloco não apenas discutiu questões econômicas, mas também fez apelos a um “cessar-fogo imediato e incondicional” e uma retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza. O grupo também condenou os ataques recentes contra o Irã, membro do bloco, sem citar diretamente os responsáveis.
Além de questões de segurança, o Brics destacou a importância da inteligência artificial, defendendo que todos os países devem ter o direito de usufruir de seus benefícios e criar suas próprias estruturas regulatórias. Declarações sobre mudanças climáticas e cooperação em saúde estão programadas para serem divulgadas nesta segunda-feira, reforçando o compromisso do bloco em promover um Sul global mais cooperativo.
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