16 setembro, 2025
terça-feira, 16 setembro, 2025

Litoral de SP vive escalada de violência desde morte de soldado da Rota e operações da PM

Compartilhe

Movimentação policial na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, onde o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi assassinado

No dia 27 de julho, uma tragédia abateu Guarujá, com a morte de dois policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Enquanto um deles, o soldado Patrick Bastos Reis, não sobreviveu aos ferimentos, a resposta das forças de segurança foi contundente: 600 agentes se mobilizaram em uma operação sem precedentes. A operação, chamada Operação Escudo, visava desmantelar o tráfico de drogas e enfrentar o crime organizado na Baixada Santista.

O assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, em 15 de agosto, trouxe à tona a tensão crescente na região. Conhecido por suas batalhas contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), Fontes havia revelado a preocupação com a segurança de sua família após ser assaltado em dezembro de 2023. “Combati esses caras durante tantos anos e agora eles sabem onde moro”, confessou, refletindo o clima de vulnerabilidade que tomou conta dos policiais.

A Operação Escudo, que se estendeu entre 28 de julho e 5 de setembro, resultou em 28 mortes em ações policiais. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) justificou a ação ao afirmar que o objetivo era “sufocar o tráfico e combater o crime organizado”. No entanto, números alarmantes emergiram: 805 prisões, sendo 311 de indivíduos procurados pela Justiça, além de apreensões significativas de armas e entorpecentes.

Enquanto a SSP-SP defendia a operação, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) levantava a voz sobre possíveis excessos cometidos pelas forças de segurança, com denúncias de execuções e torturas. Um incidente chocante envolveu a morte de um cão em uma operação que resultou na perda de um jovem de 22 anos, notícias que só intensificaram a controvérsia.

Em fevereiro de 2024, uma nova onda de violência reiniciou a Operação Escudo. O soldado Marcelo Augusto da Silva foi brutalmente assassinado, seguido pela morte do agente Samuel Wesley Cosmo, ambos em circunstâncias trágicas. As ações policiais em resposta resultaram na morte de 27 pessoas, incluindo Danone, um líder do tráfico no Guarujá.

A situação não apresentou sinais de melhora, com ataques recentes a bases da PM em Guarujá e mortes contínuas de agentes, como no caso de Luca Romano Angerami, um soldado desaparecido. A resposta à violência do crime organizado resultou em consequências fatais, mesmo em operações de rotina.

Esta realidade alarmante levanta questões cruciais sobre a maneira como as operações policiais estão sendo conduzidas. O uso de câmeras de segurança pelos agentes ganhou destaque, especialmente a partir de denúncias de tentativas de manipulação. O cenário caótico exige reflexão e ação, pois cada morte e cada ato de violência soltam ondas que reverberam em toda a sociedade.

Quais são suas opiniões sobre o que está acontecendo na Baixada Santista? Comente abaixo e compartilhe suas reflexões.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você