
Na manhã do dia 8, durante uma reunião virtual com os líderes do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou palavras ao criticar práticas comerciais que considera “injustificadas e ilegais”. O encontro, convocado pelo Brasil — que atualmente preside o bloco composto por 11 nações, incluindo Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul — contou com a participação dos governantes de diversos países, como Egito, Indonésia e Irã, além de representantes dos Emirados Árabes e da Etiópia.
Lula abordou a questão das sobretaxas comerciais, sem mencionar os Estados Unidos diretamente, mas criticando fortemente as sanções que limitam a liberdade dos países de estabelecer parcerias. Ele apontou a recente tarifa de 50% imposta à exportação de produtos brasileiros, ressaltando que iniciativas de proteção comercial apenas servem para sufocar as economias emergentes. O presidente enfatizou que o Brics deve ser uma alternativa ao protecionismo global.
Além disso, Lula fez um apelo por uma reforma na Organização Mundial do Comércio, afirmando que os princípios básicos do livre-comércio estão sendo desrespeitados. Para ele, o Brics deve demonstrar que a cooperação entre as nações é mais eficaz do que a rivalidade, colaborando em um cenário crescente de tensões globais.
Em seu discurso, Lula também abordou o aumento das tensões provocadas pela presença militar dos EUA no Caribe e condenou as ações do exército israelense em Gaza, classificando-as como “genocídio”. Ele defendeu a necessidade de soluções realistas para conflitos, em especial a guerra entre Rússia e Ucrânia, destacando a importância de um multilateralismo fortalecido em âmbito global.
O momento também foi propício para que Lula convitesse os países do Brics a participarem do Fundo Florestas Tropicais, que será lançado na COP30, em novembro, na cidade de Belém. Ele sugeriu, ainda, a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, visando integrar ações em resposta à crise climática que afeta toda a humanidade.
Os debates realizados entre os líderes do Brics abordaram também a ampliação do comercio entre os países membros e o compromisso em reforçar o multilateralismo em um cenário global cada vez mais complexo.
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