Kuala Lumpur – Em um cenário onde as tensões geopolíticas se intensificam, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almeja reposicionar o Brasil como um mediador eficaz na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Durante uma coletiva de imprensa na manhã de segunda-feira (27/10) na Malásia, Lula expressou seu otimismo, afirmando: “Qualquer dia vou dizer pra ele que a gente pode resolver essa guerra da Rússia e Ucrânia”. Essa declaração veio logo após um encontro bilateral com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Essa ambição não é uma novidade para o governo Lula, que busca, desde o início de seu terceiro mandato, soluções para um conflito que se arrasta desde 2022. O desejo do Brasil de integrar o Conselho de Segurança da ONU serve como pano de fundo para essa iniciativa de mediação, refletindo uma postura proativa nas discussões internacionais.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em coletiva de imprensa na Malásia, sobre o encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump.
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Lula e Trump na Malásia
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião bilateral na Cúpula da Asean.
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Encontro entre Lula e Trump na Malásia
No entanto, a receptividade nem sempre é mútua. Recentemente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou sua desconfiança em relação ao Brasil, apontando que as posições do país são vistas como favoráveis à Rússia. Essa relação se complica ainda mais pelo fato de o Brasil e a Rússia integrarem o mesmo bloco econômico, o Brics, e pela presença de Lula em cerimônias em Moscou, como as celebrações da vitória soviética sobre a Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial.
Apesar desses desafios, a aproximação com Trump oferece uma nova oportunidade. Os Estados Unidos têm sido um importante apoiador da Ucrânia, fornecendo não apenas armamento, mas também financiamento significativo. Neste contexto, Washington parece cada vez mais inclinado a buscar uma resolução que permita a redução de gastos em um conflito prolongado.
Outro ponto abordado por Lula durante a reunião foi a mediação nas tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. Diante dos planos de intervenção militar dos EUA, que alegam combater o tráfico de drogas na região, Lula destacou a importância de uma abordagem pacífica. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Lula se ofereceu para ser um interlocutor, reafirmando o papel do Brasil como um promotor da paz na América Latina.
O que você pensa sobre essas iniciativas de mediação do Brasil? Será que o país conseguirá estabelecer-se como um agente de mudança em cenários tão complexos? Compartilhe suas ideias nos comentários!