Chefe do Executivo brasileiro declara que ‘nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser’ a nação venezuelana; fala acontece no momento em que os EUA autorizam ações em Caracas
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Presidente Lula volta a falar em defesa da Venezuela no momento que os Estados Unidos autorizam ações no país vizinho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar em defesa da Venezuela no momento que os Estados Unidos autorizam ações no país vizinho. Lula defendeu a Venezuela, comandada pelo ditador Nicolás Maduro, ao afirmar que a população do país é dona do próprio destino e que nenhum presidente estrangeiro deve dar palpite sobre o destino do país. A declaração foi feita no 16º Congresso do PCdoB, em Brasília.
“O Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, afirmou.
Ao destacar a boa relação com líderes esquerdistas sul-americanos nos dois primeiros mandatos à frente da Presidência, Lula disse que teve uma boa relação com Hugo Chávez. Segundo o presidente, a “onda rosa”, onde progressistas comandaram boa parte do continente, foi o “melhor momento político, ideológico e social da região”.
“Eu tive o prazer de viver na presidência do Brasil entre 2002 e 2010, no melhor momento político, ideológico e social da América do Sul, a minha convivência com Cristina e o (Néstor) Kirchner, da Argentina, a minha convivência com Michele Bachelet, do Chile, com Tabaré Vázquez no Uruguai e Pepe Mujica, com (Fernando) Lugo no Paraguai, com (Hugo) Chávez na Venezuela, com Evo Morales na Bolívia, isso tudo acabou”, disse Lula.
Na terça-feira (14), os Estados Unidos atacaram um barco que, segundo o presidente Donald Trump, carregava drogas. Seis pessoas morreram. A ação, segundo Trump, foi feita após “a inteligência confirmar que o barco estava contrabandeando drogas, estava associado a redes narcoterroristas ilícitas e navegava em uma rota conhecida” por essas organizações”.
Um dia após o ataque ao barco, na quarta-feira (15), Trump disse que considera atacar em terra cartéis de droga que operam na Venezuela. O líder americano confirmou uma reportagem do New York Times publicada que revelou que ele autorizou operações da CIA contra Caracas.
Na mesma solenidade Lula falou da política brasileira e afirmou que tem disposição para disputar mais cinco eleições e que muito provavelmente será candidato em 2026. “Se eu decidisse ser candidato, obviamente a direção dos partidos que verem, se eu decidisse ser candidato, não é para disputar só, é para a gente ganhar essas eleições”, disse.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nícolas Robert