Em um momento histórico e repleto de simbolismo, a França se prepara para assistir a um dos eventos mais impactantes de sua história política recente. O ex-presidente Nicolas Sarkozy, figura proeminente da política conservadora, está prestes a se tornar o primeiro líder francês a cumprir pena após a Segunda Guerra Mundial. Na próxima terça-feira, dia 21, ele será preso em Paris, acusado de orquestrar um financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007 com recursos provenientes da Líbia.
Nesta segunda-feira (20), o atual presidente Emmanuel Macron revelou ter se encontrado com Sarkozy no Palácio do Eliseu. Este encontro, realizado antes da iminente detenção, foi descrito por Macron como uma manifestação de humanidade, apesar das claras observações acerca da independência do sistema judiciário. “Sempre deixei claro meu respeito pela justiça, mas era natural receber um dos meus antecessores neste contexto”, afirmou Macron após uma cúpula na Eslovênia.
Sarkozy, que foi condenado a cinco anos de prisão, expressou indignação com a rapidez da decisão judicial, solicitando um recurso que ainda aguarda análise. Em suas críticas à “injustiça insuportável” que sente ter sofrido, conquistou o apoio de setores da extrema direita, obrigando Macron a reforçar sua defesa da integridade judicial.
Após a condenação, Macron publicou uma mensagem no X que levantou questionamentos sobre o princípio da aplicação imediata da pena: “A presunção de inocência e o direito ao recurso devem ser respeitados”, escreveu. Gérald Darmanin, ministro da Justiça, também se pronunciou, enfatizando que já havia visitado Sarkozy, mas que isso não impacta a autonomia do sistema judicial.
Com 70 anos, Sarkozy poderá solicitar liberdade condicional após um breve período na prisão de La Santé. Ele declarou que cumprirá sua pena “de cabeça erguida”, trazendo consigo uma biografia de Jesus e um exemplar de “O Conde de Montecristo”, simbolizando sua luta contra a injustiça. Como você vê essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!