3 setembro, 2025
quarta-feira, 3 setembro, 2025

Maior adesão de empresas é desafio para expansão do open finance

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Imagine pagar seu café com um simples toque de celular, sem abrir o aplicativo do banco. Isso já é uma realidade com o Pix por aproximação, lançado recentemente, que não apenas facilitou a vida dos consumidores, mas também exigiu o desenvolvimento de tecnologias que permitem a troca segura de informações entre comerciantes, bancos e administradoras de cartões.

O conceito central do open finance é o compartilhamento de dados entre instituições financeiras, uma prática que completou cinco anos na semana passada. Os usuários mantêm total controle sobre suas informações, podendo autorizar ou revogar o acesso a qualquer momento, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Você pode não perceber, mas o open finance já está presente no seu dia a dia. Graças a essa inovação, os usuários podem autorizar cobranças automáticas com apenas um consentimento no aplicativo do banco, eliminando a necessidade de boletos bancários tradicionais. Além disso, é possível consultar saldos e obter ofertas de crédito com juros mais baixos, aumentanto a taxa de aprovação para bons pagadores em até 30%.

Entretanto, a expansão do open finance enfrenta desafios significativos. Segundo a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), apenas 50% a 60% das transações realizadas através dessa plataforma são bem-sucedidas, em comparação com a taxa de 99,5% observada nos cartões de crédito e débito.

“O desafio é elevar essa taxa para 99,5%”, afirma Gustavo Lino, diretor executivo da Init.

Apesar dos desafios, a segurança das transações no open finance é comparativamente alta. Lino destaca que os casos de fraude são raros, especialmente quando se compara com os pagamentos convencionais. A funcionalidade do Pix por aproximação permite que o cliente confirme o valor antes de prosseguir, tornando a transação mais segura.

Outro gargalo na adesão ao open finance está entre as empresas. Segundo a Associação Open Finance Brasil (AOF), as pessoas físicas demonstram maior interesse, com milhões de consentimentos para o compartilhamento de dados, enquanto as pessoas jurídicas somam apenas algumas centenas de milhar.

As dificuldades burocráticas e tecnológicas são os principais entraves citados. Como explica Jonatas Giovinazzo, diretor-presidente da Init, muitas empresas possuem várias contas e precisam de um sistema que permita um lançamento contábil efetivo e simples.

“As transações precisam ser identificadas como no internet banking para serem lançadas na contabilidade”, explica Giovinazzo.

Na última semana, a Init participou de uma reunião no Banco Central que comemorou os cinco anos do open finance e discutiu a possibilidade de processar os Pix de empresas em lotes. Isso poderia simplificar o processo para médias e grandes empresas, que frequentemente realizam muitas transações ao mesmo tempo.

“As instituições financeiras bloqueiam o Pix em caso de várias transações simultâneas, mas o processamento em lotes poderia ajudar a superar esse desafio”, afirma Giovinazzo.

Apesar das barreiras, as vantagens são significativas, especialmente para pequenas e médias empresas, conforme aponta Lino. Essas instituições ganham poder de negociação com os bancos e enfrentam menos dificuldades na oferta de garantias, permitindo um fluxo financeiro mais dinâmico e eficiente.

“É previsível que o volume financeiro do open finance aumente, sendo dominado por pessoas jurídicas”, avalia Lino.

Olhando para o futuro, em fevereiro de 2026, o Banco Central planeja implementar a portabilidade de crédito via open finance. Isso permitirá transferir operações de crédito entre bancos de maneira ágil e direta, beneficiando tanto trabalhadores da iniciativa privada quanto empresas.

O open finance promete revolucionar o sistema financeiro, mas a adesão efetiva de todos os envolvidos é crucial para que essa transformação se concretize. O que você acha que poderia ser feito para acelerar essa evolução?

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