Marcelo Lemos Filho está à frente do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e, em uma recente entrevista, ele lança luz sobre um dos maiores desafios enfrentados pela instituição: a falta de educação patrimonial. Para ele, essa carência de conhecimento entre a população prejudica a valorização e a preservação do rico patrimônio cultural da Bahia. Com uma visão clara, Lemos desmistifica o conceito de tombamento, explicando que se trata de um acompanhamento histórico, não de desapropriação.
“É crucial que as pessoas entendam o papel do tombamento e do registro. Esse é o ponto de partida para nossa missão no IPAC”, afirma, destacando os seminários e palestras como ferramentas essenciais para disseminar essa informação. Ele enfatiza que a responsabilidade pela conservação não recai apenas sobre o órgão regulador, mas também sobre os possuidores dos bens. “Quando um casarão apresenta problemas, não podemos colocar toda a responsabilidade no IPAC ou no Iphan. Cada um tem seu papel a cumprir”, complementa.
Com um olhar atento aos bens imateriais, Marcelo defende a importância de transmitir essa herança cultural de geração para geração, o que demanda um engajamento ativo das comunidades. Ele alerta que a falta de informação acaba afastando as pessoas do processo de preservação e do sentimento de responsabilidade sobre seus próprios bens culturais. “Queremos deixar claro que o IPAC não é um órgão punitivo. Estamos aqui para auxiliar, organizar e, principalmente, apoiar”, assegura.
A ideia de que o IPAC funciona como um “bicho-papão” que limita as modificações em casarões é, segundo Lemos, um equívoco comum. O diretor afirma que as mudanças são bem-vindas, desde que respeitem a essência histórica do local. “É nosso dever garantir que as características históricas sejam preservadas, para que as futuras gerações possam compreender e apreciar esses espaços”, defende. Ele lembrou como vários centros históricos no Brasil se perderam com a construção indiscriminada de prédios, e seu objetivo é evitar que isso se repita na Bahia.
Além dos desafios históricos e educacionais, Marcelo Lemos também menciona a vasta extensão do estado da Bahia como uma dificuldade para a atuação do IPAC. Com mais de 200 bens registrados distribuídos em 16 dos 27 territórios de identidade, a responsabilidade é imensa, mas a vontade de preservar é ainda maior.
A entrevista completa com o diretor do IPAC, Marcelo Lemos Filho, será divulgada nesta segunda-feira (30), às 11h10. Não perca a oportunidade de conhecer mais sobre o esforço em manter viva a rica história da Bahia! Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários!