20 agosto, 2025
quarta-feira, 20 agosto, 2025

Mercado imobiliário mantém estabilidade e registra queda na oferta no 2º trimestre de 2025

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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

O mercado imobiliário brasileiro atravessou o segundo trimestre de 2025 com um desempenho surpreendentemente estável. Apesar da queda notável na oferta de imóveis novos, as vendas mantiveram um crescimento sólido, principalmente por conta do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). De abril a junho, foram negociados 102.896 imóveis, movimentando R$ 68 bilhões, resultando em uma alta de 11,9% nas vendas do MCMV. Comparado ao mesmo período do ano anterior, as vendas acumuladas no semestre subiram 9,6%, enquanto os lançamentos cresceram 6,8%. Contudo, o estoque de imóveis enfrentou uma redução de 4,1%, atingindo o número alarmante de 290 mil unidades — o mais baixo já registrado.

Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), aponta que a estabilidade do setor é um reflexo do crédito caro e da limitação no acesso ao FGTS. Por outro lado, as expectativas para o segundo semestre são otimistas, com a possibilidade de um aumento nos lançamentos se houver uma redução na taxa básica de juros. O economista Celso Petrucci ressalta que o mercado começa a perceber os limites do FGTS como fonte de financiamento, sinalizando que a força das mudanças no crédito pode estar perdendo impulso.

Bruno Pira, especialista do setor, enfatiza que a taxa Selic elevada tem sido um grande entrave para a venda de imóveis prontos. Os juros dos financiamentos, variando entre 12% e 13% ao ano, levam muitos potenciais compradores a desistirem devido ao aumento significativo nas parcelas mensais. Um financiamento de R$ 1 milhão, que antes exigia cerca de R$ 10 mil por mês, agora alcança R$ 15 mil. Isso levou a uma diminuição na demanda, especialmente no segmento de médio padrão.

Entretanto, o cenário é otimista no segmento popular e de alto luxo. O MCMV continua a se destacar, impulsionado por subsídios e taxas reduzidas. No segmento de alto padrão, muitos compradores têm optado por utilizar recursos próprios, conseguindo negociações vantajosas com construtoras.

Nos últimos 12 meses, foram lançadas 414.375 unidades, movimentando R$ 260 bilhões. As projeções para o segundo semestre indicam um possível represamento nos lançamentos, com uma gradual recuperação, dependendo das condições econômicas. Como você vê o futuro do mercado imobiliário? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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